sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

ACABOU-SE DOISMILEDOCE


E está acabando o que foi tão doce. Dois mil e doce fez jus ao nome e entra pra série dos meus top 5 desses 25 anos de vida.

O ano último que se tornou o primeiro de tanta coisa. Que deu realmente tchau a etapas passadas, que me apresentou um novo mundo, agora vira as costas e me diz sorrindo “adeus”.

Agradeço a todas as pessoas que fizeram esse ano ficar marcado na minha memória.

AOS FORMANDOS 2012.01: Nós, os restos talvez. Que nos demos tão bem, que enfrentamos o complicado TCC realmente como turma. Amei passar metade desse ano, me lamentando, brigando, fazendo piada, fazendo festa,  estudando, escolhendo decoração e afins com vocês. Agradeço o dia que decidi que sim, meu ano de formatura seria 2012.01 e não me arrependo nenhum minuto dos longos sete anos de arquitetura que levaram a isso.
Agradeço a comissão de formatura, que fez cada uma das nossas reuniões sérias se tornar um momento de descontração e que ainda hoje continua a se ver, a mandar posts só pra alegrar o dia, que ainda tem história pra contar e se tudo der certo que não se separará ao longo dessa nossa nova vida profissional (que chique).

AOS POKEMONS: Será que é hora da gente crescer e deixar tudo isso de lado hein? Ou não? Obrigado por estarem sempre comigo, mesmo não estando. Levo sempre um pouquinho de cada um de vocês, onde quer que eu esteja.
Já disse o quanto tenho sorte em ter vocês na vida? Sabem, eu me digo isso todo o dia...
Obrigada por terem paciência enquanto em fazia o TCC, por me mandarem embora pra Itália, por me fazerem seguir apontando pra fé e remando independente do que fosse. Por me lembrarem do: tudo vai dar certo sempre que eu tento esquecer.  Pelos butiás que vocês me ajudam a fazerem cair e a juntar pelo caminho. Pelas vezes que vocês batem na minha porta sem avisar, pelas vezes que vocês me mandam longe e dizem: Ana, tu merece um belo tapa. Pelos sorrisos, risos, piadas, choros, discussões, problemas, contratempos, brigas, pazes, conversas sérias, conversas de louco, momentos de maturidade ou criancices. Enfim, cada um sabe no que contribuiu pro Pokémon em Evolução e sim, esse Pokémon aqui está em evolução, acho eu...

AO PESSOAL DE CAMERINO: Já disse isso mil vezes e repito: cheguei a Camerino totalmente sozinha e vocês fizeram com que eu me sentisse sempre acompanhada, muito bem acompanhada, diga-se de passagem. Sinto muitas saudades de estar com vocês seja no intervalo da aula ou tomando banho de chuva nas ruas da Cidade Eterna. É ruim estarmos “separados” agora, mas espero que assim como 2012 trouxe a felicidade de conhecer vocês, 2013 faça estarmos juntos diversas vezes. Seja onde for, mas se puder ser na Itália juro que não fico triste.

AOS AMIGOS: De sempre, da escola, da faculdade, da vida! Aos antigos e novos. A todos que me acompanham seja de perto ou de longe, que não me abandonam. A amizade de  vocês é muito importante pra mim. E quero levar todos vocês comigo pra 2013.

À MINHA FAMILIA: Que tem é tudo o que os amigos são pra mim só que ao quadrado, tendo que me aguentar muito mais, conviver comigo mais horas, me dar apoio, rir das minhas patetices, me dar abraços sem motivos aparentes (Free Hugs), me ver com aquela calça azul de bolinhas brancas que eu JUROOOO que é linda. Obrigada² por estarem comigo nesse ano que passou.

Ainda faltam quatro dias desse ano para serem aproveitados. Espero que a chuva dê uma trégua (mas que o calor não volte, por favor) e que o tempo que resta de 2012 seja bem gasto por cada um de nós, nem que seja pra descansar e repor as energias pro ano ímpar que vem ai.

Desejo que cada um de vocês continue sendo assim, incríveis ao seu jeito, e que tudo o que vocês mais buscam na vida seja conquistado. Muita paz, felicidade, amor, saúde e sucesso. E uma dose extra de paciência pra me suportarem em 2013, por eu juro que não vou abandonar vocês, promessa de ano novo.

E no fim o mundo não acabou, o que vamos fazer com a vida inteira que nos resta?

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

ANA NA BOTA | CARTAS QUE NÃO MANDEI

Divagações sobre a experiencia do intercâmbio.

"Não sei porque escrevo tantas cartas se não tenho a intenção de mandá-las. Tá, na verdade, quem sabe um dia elas façam sentido pra alguém e eu descubra que elas não foram em vão. Mas continuarei a escrevê-las e depois penso do depois. A verdade é que adoro escrever, gosto de contar as coisas e espero que quem as leia um dia goste de ouvir as histórias de viagem. 

Então, o tempo por aqui anda meio (ok, MUITO) frio. Dá vontade de ficar quietinha embaixo das cobertas as vezes, mas não se pode deixar o tempo passar em vão. Gosto muito das aulas de italiano, mas confesso que fico dividida entre ficar em uma sala de aula ou turistando por ai.

Algumas coisas mudaram aqui em casa nos últimos tempo, mas enfim, nada que abale a minha felicidade. Passo pouco tempo no nosso apartamento e me aproximei de muita gente legal e interessante.

É engraçado observar o jeito que as pessoas se organizam em grupos. Aqui não é diferente de todo o lugar, tem diversos grupos formados por pessoas de características semelhantes que se atraem pelas mesmos gostos. As vezes vira uma muvuca e todo mundo se mistura, mas em suma gostos semelhentes, linguas semelhantes inclusive, grupos iguais.

O mais engraçado dessa experiência é como o fator tempo influencia nas escolhas de cada um que aqui está. Tem gente que se joga de cabeça na experiência: faz loucuras, não dorme, aproveita o máximo, não tá nem ai pra opinião alheia, só quer se divertir e aqueles que mesmo sob o lema do "o que acontece na Itália fica na Itália" continuam a levar sua vida regrada, que não buscam nem interagir e sempre os meio termo ue entendem que a experiência e feita de momentos e momentos, oscilando entre o: o amanhã não importa e o: hoje vou me comportar.

Observar tudo isso é muito divertido. SE observar nisso é gratificante, ver o quanto a gente muda em poucos dias. Essa experiência reflete principalmente na nossa percepção sobre a temporalidade dos acontecimentos e acho que finalmente absorvi um conhecimento a cerca do tempo que até então não conseguia compreender.

Não sei se o que digo possui muito nexo. Mas enfim é o que paira na minha mente nesse momento.
Nossa, minha letra ta terrível, espero conseguir ler depois. Comecei a divagar, por isso vou parar por aqui. Logo escrevo e descrevo o que acontece aqui um pouco mais.

Até mais,

Bacio..."

Ana

12 de novembro de 2012 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

RECORDAÇÕES | MEU MELHOR NATAL




Todo mundo tem um NATAL inesquecível.

O meu, me lembro bem, foi o de 2007.

Meu avô paterno tinha acabado de falecer, 02 de dezembro, a família inteira encontrava-se triste com a perda, um tanto quanto desnorteada e aquilo que se buscava fazer a tantos natais anteriores realmente se tornou possível. Todos reunidos juntos na casa da Vó no interior.

Não teve chegada do Papai Noel, amigo secreto, trocas incansáveis de presentes, nem nada, só nós umas 15 pessoas juntas, fazendo as duas coisas que os Brocks fazem de melhor: comer e falar bobagem.

Foi especial pra mim porque foi o último Natal que passamos com meu pai. Me lembro dele naquele dia. Como estava feliz, como se divertia, cantava. Até encarou uma descida até a gruta. Óbvio que ficou descansando um tempão quando chegamos lá para conseguir retornar. Mas sempre que volto à aquele lugar consigo visualizar nitidamente a cena dele sentado, fazendo sua reza interior. Visivelmente feliz por estar lá.

Me lembro que quando fui dormir, todos meus tios ficaram um tempo na varanda, cantando animadamente. Eram canções simples, minhas velhas conhecidas, as que meu pai cantava pra me ninar quando eu era pequena. Me lembro de pedir para ele que cantasse a do "tigre" que eu queria recordar porque era minha favorita e só ele sabia. Ele atendeu meu pedido e foi a última vez que aquela música foi cantada.

Até na hora de dormir eles ficavam fazendo palhaçadas. Foi muito engraçado. Rendeu piadas nos encontros familiares por muito tempo depois. Agora lembrando não teve nada assim "demais" naquele NATAL, mas desde então, 24 e 25 de dezembro nunca mais tem sido o mesmo. Sem a mesma magia que aquela noite tinha, algo de especial que bem, só quem viveu sabe...

Espero que todo mundo já tenha vivido ou tenha a possibilidade de passar um natal assim. Coma família reunida fazendo, pode ser até que, NADA, mas juntos, sentindo a verdadeira magia do momento. Que, ao meu ver não é o simbolismo comercial da data, mas a possibilidade de "dar um tempo" antes da virada do ano, aproveitar juntos pelo menos um ou dois dias e fazer um balanço do que se quer para o que nos espera!

FELIZ NATAL A TODOS!

domingo, 23 de dezembro de 2012

ANA NA BOTA | CARTAS QUE NÃO MANDEI

Camerino - Vista da nossa janela.

Observações da primeira semana.

Camerino, aos meus olhos,  no começo, era mais ou menos assim...

 "... tenho muitas coisas para contar desse meu quase 1 mês em "giro". Viajar tem sido uma descoberta maravilhosa, na qual nós desafiamos a nos mesmos "giorno dopo giorno" e posso dizer que estou tendo duas experiências distintas entre os 20 dias de turista e a vivência em Camerino.

Camerino é um lugar no qual tu tem que conviver com pessoas que tu nunca viu antes, de culturas totalmente opostas a tua, tendo que se regrar a um estilo de vida totalmente diferente do teu ( explico: aqui tem racionamento de água todos os dias, separação total do lixo, tu vive com sensação de segurança o dia inteiro, tudo é perto, supermercado é longe, é calmo, enfim...)

Moro com uma norte-americana, uma japonesa e uma guria da Indonésia. Divido quarto com a japonesa e a comunicação entre nós embora seja um pouco confusa as vezes pela mistura de línguas, inglês, italiano, português e japonês (sendo que estes últimos que só fazem sentido pra quem os fala) tem fluido normalmente (obrigada mimica). Me dou bem com todas elas e geralmente estamos juntas, pra sair, cozinhar, estudar, dançar e afins.

Somos em torno de 90 estudantes, uns 20 e poucos brasileiros sendo que tem quatro de Porto Alegre (que eu vi até então). Além dos gaúchos, gosto muito do pessoal de Recife e de Belo Horizonte que foram os que mais falei e foram super queridos. Todo mundo aqui parece ser muito receptivo e me sinto ótima na companhia deles.

A rotina é bem puxada na escola, estudos mesclados com horas de cultura e opções de lazer. Quanto temos tempo livre, geralmente fazemos algo "insieme" como ir a um bar, se reunir na casa de alguém, ficar na praça jogando conversa fora. Aqui até a ida ao supermercado  é um evento social, onde combinamos e vamos todos juntos fazer as compras da semana.

Hoje teremos uma festa em um castelo medieval, com visita guiada, janta, danças tipicas e baile. Estou super ansiosa para ir,a cho que será bem legal e um festa diferente da que tivemos semana passada em Portorecanatti. 

Nosso roteiro tem outros destinos que me fascinam. Além das cidades principais da Itália, teremos uma visita as Grutas de Fracassi e subiremos as montanhas, o que pode ser um passeio que tenha neve.

"Mi piace molto la vita qui", mas confesso que tem dias que dá uma saudade absurda de casa. As vezes penso: quero ficar aqui pra sempre, mas ai bate a saudade das pessoas importantes e morro de vontade de trazer todo mundo pra cá.

Conheci muitas pessoas com histórias interessantes e por mais que adore todas as pessoas que conheci, ainda não penso na separação daqui umas semanas, só em aproveitar o tempo que ainda temos e com certeza dar um jeito de manter contato com todas elas pro resto da vida.

Decidi começar a não escrever mais tanto com caneta, aprendizado de viagem. Escrevo então com a minha 0.5 companheira. Já que tudo está sempre mudando na vida e se deve deixar uma opção para reescrever histórias!

Nos vemos daqui uns dias, acho eu..."

Beijos,

Ana

06 de novembro de 2012



quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A MARAVILHOSA LEVEZA DE SER

Aquela sensação tão simples de leveza.

Como se eu tivesse andado por muito tempo com uma caneleira de academia amarrada a cada uma das minhas pernas. Que acabam de ser deixadas para trás, simplesmente porque me abaixei para puxar a cordinha e ó, o  nó se rompeu e tudo ficou melhor.

Já tinha experimentado muitas sensações de "ufaaa" (me entende?), mas agora parece que emagreci quilos em horas. De uma forma que bem, não sei como explicar.

Tinha muito o que dizer. Mas não "riesco a fare" porque a sensação de free falling me deixa assim, em uma paz, com a cabeça repleta de pensamentos tão bons.

Finalmente sinto que aquele buraco negro dentro de mim que me consumia morreu. E assim o fez porque era sua hora, porque já tinha passado da hora (acho até que já tinha morrido e eu que não tinha percebido). 

E 2012 ou o mundo, que seja, terminam em paz, pelo menos pra mim.






domingo, 16 de dezembro de 2012

VERÃO

Tenho uma série de locais pra visitar nesse verão.

Tenho alguns projetos de viagens a baixo custo de final de semana e uma máquina fotográfica pronta para começar a trabalhar sem parar.

Se alguém ai tiver afim de ir, prende o grito! =)

Vou me organizar direitinho e ver a logística da coisa. Até então é só uma mera idéia assim, do tipo idéias da Ana, mas sabe que as vezes minhas loucuras dão certo...


CARTA AOS MEUS FILHOS


Queridos futuros filhos,
 Boas novas: Vocês não morreram mais de fome!


Não, eu não estou  juntando dinheiro para pagar a futura cozinheira de vocês, mas tenho a felicidades de informá-los que estou aprendendo cada vez mais a cozinhar.

Tá, vocês não iam morrer de fome antes também. Nunca li no jornal uma reportagem que dizia: Legado Destruido: Mãe que não sabia cozinhar mata seus filhos com comida ruim. Mas né, faz parte do mito chamado mãe saber cozinhar, e pretendo aos poucos ir aperfeiçoando. Como vocês ainda demorarão anos para chegar, minha meta é que até lá, acertar meu tempero. Penso também  em aumentar meu numero de receitas e finalmente poderei fazer de vocês crianças roliças e saudáveis. Não se preocupem não vou evoluir a ponto de torná-los bolinha de basquete só a ponto de vocês poderem crescerem com uma boa alimentação em casa. Sem congelados e fast food.

Então vou explicar pra vocês porque eu não gosto de cozinhar. A verdade é: sou afobada! Sim, cozinhar demanda espera. Demanda saber colocar as coisas na hora certa, prever o tempo certo e eu ainda não sei fazer isso muito bem. Gosto mais de ter fome e comer. Problema, solução. Ao invés de ter fome, pensar no que fazer, organizar as coisas, cozinhar, preparar a mesa e depois comer. Sim, afobação um dos meus grandes defeitos, que estou tentando amenizar. Óbvio que não se muda nada do dia pra noite, mas a prática leva a grandes resultados.

É estranho ser paciente mas afobada. Não perco a paciência muito rápido. Mas tenho isso das coisas imediatas, que me fazem ter um ritmo acelerado. Acho que por isso que faço muitas coisas ao mesmo tempo. Mais resultados finais. Mas como disse, estou diminuindo isso consideravelmente e espero logo ter resultados gratificantes. Uma das melhores fontes de concentrar essa afobação é com exercício físico e ele tem sido um grande aliado. 

Mais uma coisa. Venho por meio desse dizer que assumo que não sou mais tão tímida quanto era uma vez. Eu sempre fui mais quietinha e hoje não sofro mais desse mal. Falo com Deus e o mundo e gosto disso. Gosto de saber que as pessoas me dão abertura para entrar na conversa delas e que me integram como se eu fosse uma antiga conhecida. Claro, sempre tem momentos em que se fica tímida na vida, mas a gente nunca é uma coisa só.

Queridos futuros filhos: escrevo isso dia 16.12.12, frente a rumores do final do mundo e em um final de ano e final-começos de muitas coisas na minha vida. Não sei se vocês existiram e quando serão algo concreto. Mas digo-lhes que isso tudo aqui escrito não é uma verdade absoluta. Porque tudo muda e pode ser que no mês que vem eu esteja com um discurso diferente. 

Grata pela atenção.
Com amor,

Ana

sábado, 15 de dezembro de 2012

ATRAPAHLADA!


Errei na medida do café hoje pela manhã.

Ou foi pouca água ou muito pó. Engraçado é que fiz exatamente como sempre faço. Mesmas quantidades, mesmo jeito, processo repetitivo com resultado não gratificante.

Ou eu não gosto mais do meu antigo café ou tenho que repensar a minha antiga receita.

Tentei arrumá-lo. Matemática pura: como depois de pronto não é possível diminuir o pó para passar, coloco mais água. Não deu certo. Não era o gosto que eu queria. Tudo bem, confesso estava bebível, mas mesmo assim, não era o mesmo.

Sujei o fogão, lambuzei a pia sem querer e manchei a toalha. Tropecei na área, me enrrosquei em um dos gatos e quando sentei no sofá esse se abriu esperando que eu caísse.

Ok. Ana atrapalhada is back! Vou jogar a culpa no fato de não estar assim, totalmente acordada. Mas sei que vem ai um período no qual vou ter que estar preparada pra rir muito de mim mesma. 

Por favor, me avisem se eu sair por ai com sapatos de cores diferentes ou com roupas estranhas. As vezes tudo isso é mais forte que eu...


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

BLAKE SHELTON


Essa música me acompanha sempre em diferentes momentos da vida, mas nunca tinha escutado essa versão e me apaixonei pela fotografia do clipe! Mesmo não sendo o Michael Bublé cantando, vale a pena pôr na playlist! =)






Tive que vir postar Footloose em versão meio Country.



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ANA NA BOTA | QUANDO EU CHEGO?


Definitivamente demora um tempo pra voltar.

Parte de mim ainda está lá em algum lugar.

Quando ainda estava viajando eu achava que (bem, tenho que parar de achar), mas eu supus que, me readaptaria fácil à volta, estava enganada. Sentia falta de tantas coisas, mais do que isso, não me imaginava vivendo sem aquilo que havia deixado pra trás. Agora que cá estou, sinto falta do que estava vivendo. Não que a volta pra casa seja ruim, conviver com as pessoas que me faziam sentir tantas saudades, ver meus bichinhos, meus lugares favoritos de Porto Alegre me fazem feliz, mas parte de mim ainda não pousou definitivamente aqui.

Desde que cheguei não durmo o necessário. Quando durmo me pego vagando em sonho em locais que bem, já estive e pretendo voltar. Sinto algumas dores de cabeça e o calor me parece excessivo. Tenho que pensar muitas vezes quando preciso escrever determinadas palavras, pois elas demoram a surgir na minha cabeça, sinto uma falta de TUDO, sabendo que tenho TUDO ao meu redor.

Confuso? Imagine pra mim? Nesse entremeio todo me pego fazendo uma série de planos, que hoje traço como objetivos, empolgada com o que está por vir, sabendo que como diz a canção embora nada tenha mudado oficialmente, está tudo muito diferente e esse diferente é a minha realidade daqui em diante.

Puxo a minha parte que insiste em não retornar, porque estar inteira é tudo que se pode ser na vida. Não imaginava que seria assim quando parti, morria de medo de perder e por perder entende-se tudo aquilo que havia construído aqui. Gostava da minha vida, mesmo sabendo que tinha que preenchê-la com o trabalho e algumas atividades mais que tinha abandonado pela correria do TCC e da arquitetura. Nesse meio tempo aprendi que não se perde, ou se tem ou não se tem. E o que existe e importa é o que vive no momento atual e os laços que se constroem, que uma vez fixados não são assim, tão fáceis de acabar.

Estou tentando voltar por inteira. Talvez agora que esteja mais `organizada` as coisas se desenrrolem com mais facilidade. Espero que as coisas só melhorem e que possa sempre viver momentos de estar TÃO em um lugar que encontre dificuldades em retornar.

Aos poucos o sono deve voltar ao normal, as dores de cabeça passarem e os dias se tornarem suportáveis pra mim. E devo começar a ver o que vou levar na próxima viagem que se aproxima, porque sempre se tem um novo lugar para ir.

sábado, 8 de dezembro de 2012

MAIS UMA VEZ


"Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. […] E se ela se afogar, se recupera. […] E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca – levanta e segue em frente."

 Caio Fernando de Abreu


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ANA NA BOTA | TOP 10

Conforme havia dito, ai vai o HIT PARADE da minha estadia na Itália!

10. LA SOLITUDINE - LAURA PAUSINI

Nada como começar com uma música romântica  Afinal, Itália esbanja romantismo. Pra quem sente saudades de quem ficou longe esse mês inteiro e pra quem sente saudades dos que nos despedimos no final de Novembro. A música tema dos almoços improvisados e corridos, também sempre presente no karaoke.





9. SARÀ PERCHE TI AMO - RICHI E POVERI

Gosto dessas baladinhas antigas italianas, que ficam na mente. Essa vai em homenagem ao Lucas, que amava essa música!
Que te ne frega, sarà perchè ti amo




8. BALADA BOA - GUSTTAVO LIMA

Brasil marcando presença e fazendo bonito (só que não). Como eu havia dito, Gusttavo Lima vai com você até a Itália e te faz dançar. Sim, uma das mais tocadas nas festas e restaurantes, que te persegue, até tu não poder mais. Ai vai um hit do Brasil para o mundo que encanta as pessoas no exterior.



7. SAPORE DI SALE - GINO PAOLI

 Em homenagem ao Álvaro, nosso romântico incorrigível que não parava de cantar a todo o momento uma das músicas italianas mais conhecidas.


6 . TWIST AND SHOUT - BEATLES

Porque quando o assunto é Rock essa é uma das mais tocadas. Na noite do Orange Day perdi as contas de quantas vezes nós a dançamos. Os italianos curtem MUITO os clássicos.



5. AI SE EU TE PEGO - MICHEL TELÓ -

Mais um brasileiro fazendo bonito (ahamm). Ai se eu te pego anima as festas italianas. Todos cantam e dançam. Nossa assim nossa reputação me mata. Depois ninguém sabe porque os brasileiros, principalmente as brasileiras são vistos, bem, como são vistos pelos gringos. Se você sabe a coreografia certamente fará sucesso na discoteca.




4. BELLA - LORENZO JOVANOTTI

Do lindinho do Jovanotti. A canção feita para a sua filha quando nasceu! Mentre da lontani stai con me forever!




3. ONLY THE HORSES - SCISSOR SISTERS 
Aquele que tocava quando chegamos na festa que a policia mandava acabar e que já entravamos dançando sem parar. Aquela das discotecas, que fazia todo mundo levantar, que a Ana erroneamente cantava: Only or Force, porque né, tinha que ter algo de italiano no meio. Ainda não cansei de escutá-la aqui!


2. TRE PAROLE - VALERIA ROSSI

 Uma das mais cantadas no karaoke, mais citadas nas ruas, mais odiada pelo professor. Era inevitável que em um momento de silêncio saisse: Dammi tre parole!


1. NEL BLU DIPINTO DI BLU - DOMENICO MODUGNO

 A clássica  cantada em todos os lugares que não podia de deixar de estar no top 10, continua sendo um marco nas diferentes gerações. Não há quem não saiba a letra. Quem não saia volando e cantando com a versão original ou as tantas outras versões já criadas. Por isso merece o primeiro lugar!



Fora essas, tenho algumas músicas especiais, que marcaram alguns momentos.

- CALL ME MAYBE - CARLY RAE JEPSEN : http://www.youtube.com/watch?v=fWNaR-rxAic
Que me perseguiu pelos 50 dias, tocando nos lugares mais inusitados;

- SHE WILL BE LOVED - MARRON 5: http://www.youtube.com/watch?v=nIjVuRTm-dc
Música obrigatória de todas as viagens. Que me lembrará o Lucas Santillo pelo resto da vida.

- THE TIME OF MY LIFE - DIRTY DANCING: http://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo
Nunca vi uma música antiga que toca tanto no rádio. Mas como eu gosto e tem um significado pra mim, deixa tocar...

- LA MIA SIGNORINA - NEFFA: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=A6ZfonCNqJg#!
Música da nossa classe no karaokê

- SVEGLIATEVI - CARLO
Só quem estava lá entenderá (não consegui colocar o audio).

São tantas músicas que compõe nossa trilha sonora. Mas acho que dentre todas, essas são, pelo menos pra mim, as mais importantes.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

QUANDO SE TEM QUE DIZER ADEUS


Aquela chamada no celular mudou meu dia.

Confesso, já tinha desistido de assistir ao jogo no olímpico. Parecia tão improvável que tivesse algum ingresso disponível assim tão em cima da hora.

Mas a tal da chamada aconteceu. Chorei, pulei e corri pra me arrumar. Não acreditava que eu poderia assistir ao último jogo oficial, um GREnal ou não, que fosse, pouco importava, eu queria estar lá, cantar o hino do time, bater palmas a cada nome chamado na escalação, xingar o juiz, fazer meu comentários infames, reparar na estrutura, cantar com a geral, torcer, vibrar, gritar olé, enfim, estar lá, de corpo e alma pro que sem dúvida será um dos momentos mais memoráveis da minha vida.

Eu, que ha poucos anos odiava ir ao Estádio, preferia mil vezes assistir pela TV (onde eu estava com a cabeça), estava ali nas cadeiras do Olimpico, emocionada, arrepiada, não compreendendo a dimensão das coisas. Pensando: a vida dá voltas, as coisas mudam.  Graças a Deus, eu mudei.

Sempre fui apaixonada por futebol. Gremista de coração. Devo isso a minha família e entre eles a três dos mais fascinantes homens que já conheci. Meu avô, meu tio Denir e meu pai. Sem dúvida foram eles que me passaram essa paixão. Me recordo até hoje do nervosismo do meu vô em frente ao seu antigo radinho de pilha escutando ao jogo de futebol. Das camisas tricolores  que sempre ganhava do tio Denir a cada verão, de como ele se negava a colocar um lenço vermelho no CTG, porque seria um absurdo usar algo que remetesse ao maior rival do seu time do coração e ao meu pai, enfim, são tantas coisas, tantos momentos que guardo pra mim, junto com tantas outras boas recordações que posso ter e que levei por tanto tempo a cada jogo, representado sempre pela bandeirado Rio Grande do Sul com o símbolo do Grêmio ao centro. A bandeira que deste de presente pra Ana Luiza e que hoje representa um amor passado de geração a geração.

Enfim, são tantas lembranças boas. Tantos jogos emocionantes. Que eu vi tantas vezes ontem refletidos no choro das crianças agarradas às pernas de seus pais, no grito do torcedor cantando as nossas tão conhecidas músicas, na irritação com a arbitragem, no jeito de balançar a bandeira, de aplaudir, de não se importar com o sol batendo no rosto, com o “apertamento”, com  nada, só com o desempenho do time em campo.

Como dizer adeus a uma casa. Entende que ela não é só casa pelo espaço físico que representa, mas por toda a história embutida ali. Como pensar que no próximo ano a Azenha não terá mais o nosso amado estádio. Sem desmerecer a Arena, que acho um projeto lindo, mas a história se leva muito tempo pra se construir e o Olimpico é tão rico de momentos memoráveis que é tão difícil saber que essa história não terá mais sua representação física pra se levar os filhos daqui uns anos e dizer: sabe, quando eu era menor, assisti a tantas partidas emocionantes aqui, em um tempo em que o futebol era marcado pela garra e pelo amor a camiseta de verdade, pra sempre!

2012 é o ano das mudanças da minha vida, começou assim e está terminando da mesma maneira. Despedi-me ontem do lugar que tantas vezes me fez me sentir em casa. Agradeço a cada companhia de cada jogo, a todas as pessoas que alimentaram esse meu amor ao time e que mais do que isso, compartilharam esses momentos dentro do Olimpico comigo. Espero que tenhamos momentos tão bons quanto esses e quem sabe melhores na nossa mais nova casa. Espero que logo estejamos sentindo a mesma emoção de se virar um jogo, de se comemorar uma vitória, um pênalti defendido, de cantar o hino do Rio Grande do Sul e do Grêmio não só com a voz, mas com o coração, como fizemos tantas vezes.

Aquela chamada do celular mudou meu dia.

Aquele estádio mudou minha vida...


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | O TAL MICHEL TELO

Ministério das relações internacionais adverte: estrangeiros podem ter um gosto musical estranho.
Vinha eu do supermercado. Pausa dramática explicativa, pra voces entenderem. O mercado com mais opções fica fora da parte em que moramos da cidade, dessa forma, temos que caminhar uns 20 minutos para chegar lá e voltar de ônibus, devido ao número de sacolas.

Pois bem, minha saga começa na rua principal de Camerino, subindo, retornando do supermercado, com uma sacola na mão e a mochila pesadíssima nas costas pensando ansiosamente no momento de chegar no apartamento, arrumar tudo, jantar e descansar um pouco antes de sair.

Finda a caminhada, entro em casa e começo rapidamente a arrumar meus trecos no armário da cozinha, cantando com saudosismo Engenheiros do Hawaii e pensando em quão bonitas as letras deles são.
Decido lavar as frutas e colocá-las em um pote no centro de mesa. Mas o maldito pote que eu sempre uso desapareceu do apartamento. Saio em uma busca dele, sempre cantarolando Engenheiros. Atente ao fato: Engenheiros.

De repente sinto que minhas colegas de apartamento entram rapidamente na cozinha, olham pra mim e dizem que tem uma pergunta a fazer. Eu prontamente paro o que estou fazendo para dar atenção a elas e eis que elas me saem com: Ana, qual o nome daquela música brasileira que tocou ontem na festa? Super animada... Começo uma prece silenciosa de: Não Michel Telo, não Michel Telo, por favor, mas quando elas começar a gesticular sinais de abano vejo que agora já era.

Quando vi que o pensamento positivo não ia mudar os gestos que elas faziam minha dúvida foi: quem sabe eu não falo Legião Urbana, argumentando que escutei elas falarem: qual o nome da banda que tem aquela música boa brasileira ou então grito: paro a palhaçada! eu tava cantando Engenheiros pra quem hein? Pras paredes? Será que não se reconhece mais uma música boa? Nada de Michel Telo essa hora.

Não digo nada, na verdade, dígito a tal da música no celular pra elas que correm pro quarto pra ouvir. Minutos depois, enquanto janto elas retornam, dizendo que no dia anterior quando ouviram a música pensaram: precisamos baixa—lá e aprender a dançar. Seguido de um: eu amo essa música.

Não me seguro e sai um: pois eh, eu odeio. Dito em inglês, pra não causar nenhuma confusão linguística. Eu que já não era a pessoa mais querida da casa, tenho meu momento de sinceridade explosiva visto com surpresa. Mas porque não Ana? Me dizem. Tu não gosta de músicas românticas? Como responder algo depois disso? Como explicar que "Ai se eu te pego", não eh assim, um soneto ou um composição shakespeariana?

Desilusão musical total que culmina de um pedido pra explicar em italiano o que diz a letra. Juro que tentei, mas como dizer em outra língua aquilo que no teu idioma não faz sentindo algum? Disse que a música era profunda demais e que eu, infelizmente ( or not ) não poderia explicar. Voltei a cantarolar Engenheiros do Hawaii. Pensando que, ou eu sou muito estranha ou elas ganham de mim...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | MI MANCHERAI


Magari esse seja o post mais longo que eu vá a escrever. Peço paciência para quem vai lê-lo pois não tenho como resumir tudo aquilo que tenho a dizer sobre meu mês em Camerino.

Cheguei para essa experiencia de intercâmbio totalmente sozinha. Me lembro como se fosse ontem quando entrei naquele ônibus que levava do centro de Roma a pequena cidade universitária. Tantas pessoas falando inglês, uma senhora com um cachorro, alguns espanhóis e eu. Me sentei em um banco e liguei minha música, porque ainda tinhamos que passar no Fiumicino e naquele momento eu morria de saudades de casa, porque os desafios nos fazem querer correr de volta ao nosso ponto seguro.

Quando chegamos na cidade e os grupos foram separados para os apartamentos, tudo começou a mudar. Era engraçado pensar que eu teria que viver nas próximas semanas com 3 pessoas de cultura totalmente diferente da minha e que isso teria, mesmo que em teoria, que dar certo. 

O apartamento era mais do que eu esperava. Quem sabe porque aquela altura a ideia de ter uma casa fixa já era uma grande realização pra mim. Quartos amplos, banheiro limpinho e com água quente, cozinha equipada e uma sacada com uma vista magnifica para as montanhas. Nada mal, pensei eu, enquanto tentava fazer contato com as minhas mais novas conquilinas em uma mistura de italiano com inglês.

Nova cidade, novas regras. Racionamento de água, separação total do lixo, aprender a usar o tal do riscaldamento. Se dar conta que o comércio fecha das 13h30 as 16h30 e que esse é o melhor momento do dia pra descansar e que não é necessario se preocupar com a segurança na rua, porque lá não existe perigos como aqui.

Ok, primeiro reconhecimento de área feito, ora de entrar no programa de estudos-férias-cultura que a Dante Alighieri oferece. Teste de nivelamento, coquetel de boas vindas, aulas, aulas, festas, passeios, degustações, karaoke, aulas, aulas, testes, festas, bar, rua, dança e tantas coisas. Não vou repassar o cronograma aqui. Me basta dizer que era bem puxado, completo, com várias opções. Tempo livre era quase que inexistente (que bom).

Com relação as aulas, posso dizer que me diverti muito e aprendi muito também. Tinha sua parte mais pesada de estudo gramatical, mas também era um momento descontraido no qual se jogava, cantava e se discutia assuntos sérios, como politica e religião (ministrados pelo senhor Alvaro).

Os passeios eram bem de reconhecimento geral. Cansativos, mas que valiam a pena. Se tinha uma noção geral das principais cidades vizinhas, se descobria cidades novas. Mas tinha que ter disposição para acordar no sábado ou domingo super cedo e encarar as horas no onibus.

Vamos a parte principal. Desculpa a escola e a Camerino, mas o que fez mesmo a diferença, foram as pessoas. Sai de casa apaixonada pela ideia de conhecer a Itália que tanto que fascinia e voltei apaixonada por todo mundo que conheci e pelo mundo que eles me mostraram.

Até mesmo as pessoas da escola concordavam que éramos uma turma diferente. Claro que tínhamos nossos problemas entre algumas pessoas, mas no geral, todo mundo se dava bem. Pra mim foi muito dificil dizer arrivederci pra diversas pessoas, querias elas aqui comigo ou próximas a mim, para poder ligar no fim da noite e dizer: vienite, andiamo al bar!Tengo alcune cose a racontarvi! Mas né, não dá. Agora pensando vejo que nesses 30 dias, por mais que passássemos todo o tempo insieme não faltava assunto, não faltava musica, não faltava risadas. E vai ser complicado viver com os momentos de silêncio da vida real.

Tenho muito a agradecer a diversas pessoas que me suportaram nesse tempo, porque né não é fácil. Mas entre tantos queridos, existem seis pessoas que antes mesmo do momento de dizer ciao eu já sentia uma falta absurda e queria estar com elas agora. A elas me dirijo diretamente.

BÁRBARA: Meus almoços nunca mais serão o mesmos depois de ter tido a tua companhia. Adoro teu jeito "sem vergonha" de dizer as coisas, de não deixar pra depois aquilo que tem que ser dito na hora, de observar as coisas, de contar as historias encenando. Eu me achava teatral, mas descobri que não sou nada perto da tua cia. Vou sentir falta de dançarmos juntas, vodka, gelo, limao e coca, entre outras coisas, da briga pelos acentos principais do ônibus, da ida ao mercado juntas, de cantarmos direito ou errado, mas felizes. Não preciso dizer o quanto adorei te conhecer, espero ter demonstrado nesse meio tempo e te espero aqui no Sul, juro que temos porções boas de batatas-fritas aqui e se não tivermos eu faço fazerem pra ti, com um belo churrasco óbvio.

CAROL: Quem disse que engenheiros e arquitetos não se dão bem hein? Alias, qual o bar central que eu posso sempre te achar agora? Falando no telefone, com o maridão. Aposto que tu já parou de ler o texto umas duas vezes no meio para fazer uma ligação. A mineira repleta de samba no pé, que topa qualquer indiada, mesmo que seja sair numa quarta no meio da tarde a caminhar sem rumo por Camerino em busca do mercado que a Ana juraaa que é perto. Espero te ver sempre que tu vieres pro Sul, já que és a mais viajadora de nós e se as cias aereas contribuirem espero logo te encontrar ai. E traz tua mãe junto, porque embebedar ela é muito divertido e temos uns bons bares por aqui.

LU: Estávamos já destinadas a nos conhecer. Tá, a frase ficou meio romântica demais mas tu entendeu. Não acredito em acasos, porque a vida é mais bonita assim. A pessoa que mais me entendia. Digo isso porque esse nosso vocabulário bairrista é complicado e é bom saber que quando eu falava: "ai, uma bergamota e uma lagarteada agora me fariam tão feliz", tu saberia o que significava.  Temos é que tomar muitos chimas por aqui, todos os que não tomamos nesse mês, ir nos jogos, sair pra dançar, jantar, enfim, ainda temos muita coisa da Itália para conversar. Aliás, a gente vê que a pessoa é gente boa quando descobre o time do coração né? Temos a possibilidade de manter aqui a amizade que nasceu na Itália e espero que levemos isso  adiante e que logo estejamos indo pra Recife ver o pessoal ou pra Europa mochilar. Me avisa quando chegar, que quero te ver!

ALVARO: Diferente do que eu sempre brincava contigo hoje te digo: Tu vale muito guri! Não te esquece disso. Minha saudade de ti tem "sapore de male, sapore de sale", como tem a nostalgia. Que bom que além de ter tido a oportunidade de ser tua amiga, fui tua colega, porque a gente sabia se divertir naquela sala. Te digo agora as observações que fiz sobre ti na Roca, porque pra mim continuam sendo verdades: acho que tu é um guri pra casar, bem né, assim que passar essa fase, se é que tu me entende. Aposto que tu fará uma guria muito feliz um dia e terá uma família muito bonita, cheia de pequenos Alvarinhos! Na verdade espero que tu tenha filhas porque seria uma das melhores ironias da vida. Vou sentir falta das nossas horas nas livrarias, das discussões politicas e religiosas, dos momentos de estudo, de culinária, tá e até de ficar te esperando no frio parada em frente a tua casa. Muita saudades de ti, seu Dom Juan de Camerino. E vamos agilizar aquela viagem pra Montevideu, assim que as finanças permitirem.

JU: Piccolina. Parece super quietinha a primeira impressão, só que não. Baita companhia pra compras, festas, bares, almoço e aposto que até pra jogar pedrinha no lago. Nosso último dia em Roma foi muito divertido, agradeço ao Noé que te acordou e fez com que não perdesse o ônibus, porque meu sábado não teria a mesma graça sem a tua presença, mesmo que, com um pouco de sono. Recife fica quão longe mesmo? Vai rolar aquela comemoração de aniver no Asterix? Posso ir me atirar no teu sofá por ai?
Quem bom que essa viagem não prevista na tua vida aconteceu, quem sabe ela era mesmo pra acontecer. Mi manchi e espero que logo possamos fofocar juntas, em um lugar qualquer, mas pessoalmente. Agradeço ao braços abertos toda a vez que me vi "sem casa" em Camerino e sei que tu entende o que quero dizer com isso, e tu e a Bárbara me ofereceram a casa de vocês. Não sei como a gente começou a se falar em Camerino, mas fico feliz que isso tenha acontecido. Aliás, quer me levar na mala na próxima viagem, eu até sei falar alguma coisa de italiano :P

LUCAS:  Literalmente dizendo: meu ombro amigo! Cadeira cativa das viagens, parceria oficial gastronômica de Camerino. Meu amigo rico e exibido, que cada dia está em um lugar diferente. Uiii, ela tá com saudades do Lucas. Fiquei triste que tudo deu errado aquele dia em Napoli, queria poder ter me despedido de ti, mas quem sabe a gente não vai se ver logo e por isso não era pra gente dizer ciao. Mesmo tu tendo se bandeado pro lado negro da força, quero que saibas que amei ter te conhecido. "She will be loved" nunca mais será a mesma. Te espero no sul pra te levar pra salsear por ai e óbvio pra gente ir em uma balada dance e se acabar dançando até amanhecer. Farei o possivel pra ir pra Recife no Carnaval ou no meio do ano. Até lá espero que teu gosto musical tenha melhorado (brincadeira tá) e quero muitas chamadas por skype, com fofoquinhas ou sem, com choros ou sem, tendo ou não o que dizer, pra gente nunca perder o contato e virar "somebody that we used to know" pro outro. E parliamo italiano non inglese, perchè non siamo a Camerino, ma Camerino è tra di noi!

Não gosto de pensar que vocês estão longe. Que Camerino está a dois dias de distância. Gosto de pensar que em um futuro próximo a gente vai estar juntos novamente, mais maduros, com novas histórias pra contar, novas pastas e vinhos pra provar, dividindo a conta em um lugar qualquer. Obrigada por tudo desses 30 dias, pois o que fez a diferença certamente foi termos passado esse tempo juntos!

Sinto muita saudades, mas agradeço todos os dias por tudo que aconteceu!
Svegliatevi pra vida!

PLIM-PLOM

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | ÚLTIMA SEMANA?

A uma semana de casa. Adoro medir a distância em tempo. E sabe, azar que essa uma semana compreende 4 dias de aula, uma apresentação de karaokê, um teste de italiano, 3 dias em outra cidade e atravessar o oceano de avião. Pouco me importa. Uma semana, uma semana.

Dito assim parece que quero logo ir embora. Mas não. Vai ser triste deixar Camerino e a Itália. Na verdade gostaria muito que algumas pessoas viessem pra cá passar um tempo comigo. E ai poderia ficar aqui mais uns dois meses sem problema e conhecer mais a Itália.

Penso nessa semana e não consigo entender como ela chegou tão rápido. Mas não foi ontem que estávamos no coquetel de boas vindas? Como que agora vamos já pro karaokê de despedida?

A gente se acostuma a rotina daqui. As pessoas que convivem conosco e eh tão estranho pensar que daqui um mês minha colega de quarto vai estar em sua casa em Tokyo e eu em Porto Alegre. Camerino faz o mundo parecer tão pequeno. Uma cidade minúscula, que comporta todas as culturas ao mesmo tempo.

Mas né, já diria o poeta: todo carnaval tem seu fim. E nosso último bloco se prepara para entrar na avenida. Espero que termine com gostinho de quero mais.

ANA NA BOTA | REBATIZARAM A BOLONHESA

Porque a massa bolonhesa não se chama bolonhesa na Bologna?

Quem foi que deu esse nome: pasta al ragu, hein?

Aposto que foi algo do tipo: temos que dar um nome que não privilegie uma parte dá Itália. E assim confundimos a cabeça dos turistas também, afinal fazemos um favor pra eles, porque não se divertir em cima disso?

Mas assim, se eh pra sacanear, sacaneia de vez. Bora mudar o nome do presunto de Parma e das outras comidas com nome do lugar. Se eh pra ser igual que sejamos em tudo.

A verdade eh que a Bolonhesa, vulga Ragu eh uma das melhores massas na Itália e quando tu vieres pra cá, não precisa se desesperar pra ir até Bologna para apreciá-la. Claro que tem todo o charme do momento em Bologna. Mas certamente terá um bom prato Al Ragu em uma típica trattoria da cidade italiana em que você estiver.

Mas assim, Bologna vale a pena só por ser Bologna. Pelo comércio, pela universidade, pelas torres, pela muvuca.

Recomendaria ir pra conhecer o lugar e se divertir uns dias por lá. E caso queria comer a massa mais famosa no local, vá sem medo na Pasta Al Ragu, porque Bolonhesa não consta no cardápio.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | ROMA

Gosto de poder andar tarde da noite pelas ruas da cidade e me sentir à vontade. Acho que quando retornar para a casa serà umas das coisas que mais estranharei, nao poder sair assim sem rumo e sem preocupaçoes no meio da noite, seja para um bar na esquina ou pra o terminal de onibus para pegar um meio de transporte pra uma outra cidade (o que nao vai me dar nenhum sentimento de nostalgia é me recordar desse teclado, que né, me fazem falta os acentos corretos).

Mas nao comecei esse post para falar disso. Comecei porque faz dias que precisava escrever sobre a experiencia do final de semana em Roma e nao encontrava tempo. 

Na verdade eu nao queria ir para Roma com a escola. Explico, para nao ser crucificada. A previsao indicava chuva (sim do meu aplicativo), eu estava gripada, ja tinha ido para Roma antes de vir pra cà e retorno pra cidade eterna ao fim do curso (façam um esforço mental para ver a acentuaçao correta das palavras). As viagens da escola costumam ser cansativas, porque se sai muito cedo e se retorna tarde. Sao horas no onibus. Enfim, isso tudo pairava em minha mente enquanto pensava: Mas é Roma né, nao se pode dizer nao a Roma.

Decidi nao dizer nao a Roma e nem aos meus mais novos amigos. Parte porque achei preciosismo de minha parte e parte porque gosto da companhia e tinha certeza que independente do que acontecesse nos divertiriamos. Resultado: Ana de pé, prontinha as 6h da manha. Com o travesseiro embaixo do braço, òbvio.

Quando chegamos na cidade, nas cidades melhor dizendo, Vaticano e Roma um passo um do outro. Pequenos raios solares pintavam o céu (nel blu dipinto di blu), nos dando uma pequena ponta de esperança. Mas felicidade de brasileiro dura pouco, porque logo o sol cedeu à chuva.

Decidimos que independente disso seguiriamos na fila (coda, line) até conseguirmos entrar na Basilica de Sao Pedro. Grande idéia do dia. Quando entramos estava sendo celebrada uma missa. Com o PAPA. Ta, esse papa ai nao me piace molto, mas é o Papa, é Pop e ve-lo foi emocionante. Estar na Basilica de Sao Pedro é uma emoçao sem igual. 

Depois recebemos a bençao papal na piazza de Sao Pedro. Algo que eu jà havia desistido de presenciar na vida vindo até mim por acaso. Admito que bateu uma invejinha quando o PAPA começou a chamar umas pessoas mais diretamente, tipo dava vontade de dizer: olha nos aqui, fala em portugues também, per favore! Mas né, ja era demais pra um dia so. O que havia acontecido bastava, por enquanto...

Passamos o resto do dia andando pelos principais pontos de Roma. Tomamos banho de chuva na fontana de Trevi. Cantando pelas ruas da cidade. Bem, se eu for escrever cada sensaçao a cada passo dado por Roma, faria um livro. E acho que a diferença da Cidade Eterna com os outros locais do mundo é que nao se pode explicar em palavras quao emocionante e visitar os locais turisticos ou simplesmente parar em uma pequena viela e ficar imaginando o quanto de historia ali jà aconteceu.

Chegamos em casa todos molhados, pensando na indiada que tinhamos feito. Mas na verdade eu so tinha que agradecer a eles que me convençaram a ir, certamente sempre quando me lembrar desses 50 dias na Italia, esse dia em Roma me virà a mente.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | RENDERIZE

Se eu tivesse que descrever pra alguém renderizar como vejo Camerino começaria pela vista da janela da nossa "stanza".

Tipo assim: Imagine uma terra verde, montanhosa, divida em áreas de plantações, que lembra um quadro cubista em sua organização geométrica desorganizada. Ao longe imagine  montanhas bem altas, com neve no topo, como se o branco presente nelas fosse responsável pela transição entre céu e terra. Acrescente a visão algumas residências, dispostas equilibradamente. Um céu azul  com algumas nuvens e o sol ao fundo brincando de esconde esconde. Algumas vezes iluminando aqui outras acolá, fazendo do paisagem um quatro interativo. Emoldure tudo isso em uma varanda de tijolos, pra dar um ar mais pitoresco a renderizaçao. E pense na cara que as 4 mais novas moradoras locais fazem todo o dia ao se levantarem e se depararem com essa cena.

Agora imagine isso visto der diversos ângulos diferentes da cidade. Difícil? E que tal a seguinte situação: sair para dar uma volta tarde da noite na cidade, voltar sozinha por um viela escura, com luzes amarelas, sem carros por perto, com chuva e um assovio do vento ao fundo (como eu amo ser dramática) e tu não sentir medo nenhum.

Uma faculdade em um castelo no centro da cidade, que possui uma biblioteca com livros antiguissimos em um local que qualquer, e eu disse QUALQUER, pessoa pode ter acesso sem portas fechadas ou fiscalização. Em frente ao Duomo e uma praça central, como a formação básica de qualquer cidade interiorana.

Um estilo de vida um tanto quanto diferente do nosso habitual. Calmo, poucos carros, sem ônibus no meio da cidade, água racionada, separação plena do lixo, muitos universitários mesclados com umas população mais idosa. Uma série de cafés agradáveis e tentadores.

Conseguiu renderizar?

ANA NA BOTA | O QUE MAIS FAZ FALTA

10_ Poder se fazer ser entendida sempre em uma língua só;

9_ Trabalhar, sim ando com saudades do AutoCAD e considero isso bom;

8_ O sofá da tua casa, mesmo que ele tenha umas madeireiras que incomodam;

7_ TEU travesseiro;

6_ TEU armário, pra ti saber melhor onde as coisas se encontram;

5_ Redenção, final de tarde falando bobagens;

4_ Torcer, ir ao jogo, se enrolar na bandeira, gritar, perder a paciência com o time, comemorar um gol;

3_ Chimarrão, nesse frio ainda mais: faz MUITAAAA falta;

2_ Feijão e verduras, comida de mãe sabe;

1_ Família, amigos e gatos.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ANA NA BOTA | DICAS DE VIAGEM

HOSTELS
Conforme prometido vou descrever um pouco minha experiência nos hostels pelos quais passei até então.

Veneza: Ostelo Veneza

O Ostelo fica na ilha de Giudeca. Tem uma linha de vaporeto que pára muito próxima ao hostel, pra quem vem da estação ferroviári. A ida ao centro de Veneza também é bastante fácil, uma parada a mais do hostel. A vista do primeiro quarto que ficamos era linda. Mas fora isso não tenho mais muito de bom pra contar.
A limpeza não era nem um pouco boa. Banheiro sujo, pias e boxes entupidos, cortinas mofadas, chão molhado, já deu pra ter uma monção né? Não havia um lugar pra colocar as coisas do banho, só para a toalha. Se você pretende testar seu equilíbrio de como se manter no box e segurar suas coisas ao mesmo tempo esse eh o local certo.

Com relação aos quartos 18 pessoas em um mesmo. Sim 18. Epaço apertado, acesso só por escadas, sem muito lugar pra malas. Minha cama (a de cima do beliche) era muito próxima a uma viga de madeira que por sua vez tinha cupins, nem preciso descrever mais né?

Não haviam muitas tomadas que funcionavam, de forma que carregar um celular e uma bateria da maquina na mesma noite só com um T. E as luzes individuais não eram todas que funcionavam.

Outra coisa, não recomendo pegar café da manhã. Não tem nada muito especial que tu não coma pelo mesmo preço em um belo café e a internet não eh lá grandes coisas e só funciona no lobby. Maio caia como eu na história do: pega em toda a ilha.

Florença: Plus Florence

Eh muito bem localizado dentro da cidade. Próximo da estação central e fácil de ir do hostel até o centro e aos principais pontos turísticos. Me senti quase em um hotel. Super boa estrutura. Com internet wi—fi e computadores a disposição, piscina, bar, pub, central de informações de turismo, caixa eletrônico dentro.do hostel. Enfim, super bem pensado.

Os quartos são para até 6 pessoas, misto. Não se engane se te colocarem em um andar com corredores todo rosa e escrito plus girls, porque mesmo ali tivemos colegas meninos no quarto.

Os quartos são limpos todos os dias, incluído banheiro. Cada quarto tem seu banheiro, com a ducha separa o que facilita para seis pessoas se arrumarem na manhã. Cada pessoas tem seu próprio armário, tomadas disponíveis e uma luz particular que funciona.

Caso não lembre de levar qualquer coisa se pode perguntar na recepção que eh capaz que eles a tenham.

Adorei o hostel. Mesmo a internet não pegando muito bem e um bando de crianças passando a noite batendo na janela do quarto. Recomendo pra quem for pra Florença.

Uma dica: não compre o café da manhã no hostel, não tem muitas variedade e por menos bem em frente ao hostel tem uma cafeteria com um café e uns sanduíches muito bons, além das atendentes serem muito queridas.

Roma: Youth Hostel

Eh um pouco longe do centro, mas eh fácil de se acessar porque fica perto da praça Bologna e da linha de metro, além de ônibus. A internet eh boa, mas não tem muitos computadores disponíveis.

Não oferece café da manhã, mas fica do lado de umas cafeteria boas e de um supermercado. De todos os hostels foi o único que ofereceu a possibilidade de cozinhar, contendo micro e geladeira.

As camas eram relativamente boas, confortáveis, tinha algum espaço pras malas e os armários eram grandes.

O banheiro era limpo todos os dias. Achei um pouco apertado, o chuveiro um pouco assassino, mas sobrevivi.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ANA NA BOTA | FIRENZE

Hoje pela manha, conversando com um colega de quarto que me dizia que eu nao conseguia focar em uma musica so pra ficar cantando (do que eu entendi do ingles corrido dele) eu disse que as musicas veem pra mim inspiradas no momento. Pensando nisso lembrei do momento em que eu chegava em Florença  e pensei comigo mesma a viagem inteira: Se Laura Pausini se inspirou em algum lugar para escrever a cançao destinazione paradiso o local foi esse. A cidade é incrivel. 

Minha admiraçao pela cidade pode ter comeòado pelo hostel que se assemelhava a um hotel, pelos brasileiros que conhecemos, pelos primeiros pontos turisticos, pela diversao da noite e os fatos engraçados que rolaram. 

Alias meninas, ai vai uma dica, sabe aqueles italianos bonitos, que tu acha que nunca vao olhar pra ti, entao, eles nao sao abitolados pelas modelos capas de revistas. Nao estranhe se um deles vier falar contigo assim que tu entrar em um pub ou balada. Ta, as brasileiras realmente chamam mais atençao (e tem algo em neon na tua testa dizendo: sou brasileira), mas o padrao de mulher pra eles se sentirem atraidos, esta bem mais no jeito de ser do que em uma composiçao unicamente estética. Sim, pode ser que em uma dessas a copia do Cannavaro se encante com voce, mas ai é uma questao de sorte na vida. 

Florença tem uma vida cotidiana bastante agitada. Muita cultura reunida em poucos metros quadrados, Raffaelo, Boticelli, Michelangelo, os genios todos em um unico lugar. E uma vista incrivel no final de tarde da Piazzale Michelangelo. Vale a pena, um por do sol incrivel, com cores magnificas como tu nunca viu antes e com trilha sonora (postarei o video assim que possivel). 

Outro beneficio é a proximidade com as demais cidades da toscana. Fomos a Pisa, a Lucca e a Siena e amamos todas. Uma forma de estar com menos turistas ao redor e mesmo assim se divertir. Passar uma tarde de quarta feira tagarelando e fotografando na Piazza del Campo, foi sem duvida um momento de relaxamento sem igual. 

Pra terminar ganhamos novos colegas de quarto no ultimo dia que nos convidaram pra um jantar de despedida em um dos restaurantes mais charmosos da cidade. Nos divertimos horrores e com pesar voltamos pro hostel arrumar as malas e partir pra Roma. Sabemos que Roma tem muito pra oferecer, mas de todas a cidades nenhuma foi tao dificil deixar como Florença. 

Se pensa em conhecer a toscana reserve uns 10 dias. Com certeza tu aproveitarà todos eles e ainda vai querer mais. 


 TODOS OS CAMINHOS PASSAM A LEVAR PRA ROMA! TRAJANO AGUARDE-NOS!

ANA NA BOTA | VENEZIA

Minhas observaçoes sobre Veneza. A cidade em si é dotada de uma beleza natural, consequencia da ilha em si. Ela é diferente de qualquer concepçao de cidade que tu possa ter, porque os acessos se dao por meio da agua, tem milhares de turistas pra cima e pra baixo o tempo inteiro e é muito muito cara. Um passe unico de vaporeto (vulgo nosso onibus) custa 7euros, sò para uma viagem, o cumulo do abuso. Tu pode te aventurar a andar ilegalmente sem comprar biglieto e torcer que nao haja fiscalizaçao. 

 Nao aconselho parar para comer nos cafés e restaurantes da piazza Sao Marco, o preço pelo serviço é absurdo, caminhe um pouco e vàa em um dos cafés das ruas laterais, sairà bem mais em conta. Depois do primeiro giro na cidade, perca-se nela. Se perder é o melhor jeito de aproveitar o lugar. Serà satisfatorio, mas te digo, depois de uma perdida tudo parecera meio repititivo, se nao for uma viagem a dois (sim, Veneza é extremamente romantica) o bom é programar mais tempos na toscana ou nos arredores de Roma, certamente a diversao serà melhor. 

 Cada um tem seu jeito de vez as cidades, meu maior sonho de criança foi, em parte uma decepçao pra mim, porque passei mal praticamente todos os dias la. Tinha a sensaçao de que a cidade girava, chao tremia. Barcos + uma infinidade de turistas me deram esse presente de nao me sentir a vontade no lugar que eu mais ansiava conhecer. Itàlia me ensinando mais liçoes do que eu suspeitava.

P.S: Nao fique no Ostelo Venezia, NAO fique, a experiencia foi pessima!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

ANA NA BOTA | FILOSOFANDO COM JULIETA

Querida Julieta,

Amei minha passagem por Verona. Esperava que a cidade fosse ser encantadora, mas ela acabou me surpreendendo positivamente. Foi como se eu entrasse em uma fenda temporal e saisse na Idade Média brincando de passear em castelos, ver espetàculos em Arenas e afins.

Me pergunto e nao entendo porque tu te mataste. Tà, tudo bem, essa historia de Romeu e tudo mais, comcordo contigo. Amor é amor. Mas pensa os anos que deixastes de viver em uma das cidades mais lindas do mundo, de conhecer mais cidades proximas e aproveitar o que o pais tem a oferecer. Como saber que com a morte de Romeu a tua vida te vai também.

Consideremos que o Romeu seja unico. Porque né, até hoje (graças a Deus) eu nunca conheci nenhum homem tao meloso e dedicado como ele. Nao digo por te amar até o fim, mas por ter sempre todas aquelas rimas e composiçoes para te dizer.

Enfim, nao sei se tu fizeste um bom negocio. Agora tens que atender os sonhos de amor das demais pessoas por ai, aguentar umas 500 pessoas por dia tocando teu seio para ver se retornam a Verona, as solitarias, acompanhadas e as acompanhadas com a mesma pessoa.

Te admiro por ter paciencia de aguentar todas as lamurias e historias mais tristes de amor. Alias, te mandei um email também, o pedido é simples, mas de coraçao. Argumento e me contradigo no mesmo texto. Acredito sem acreditar, porque né, uma historia bonita sempre nos impulsiona um tanto mais, reascende o que for pra ficar.

Nao cheguei aqui acreditando no amor eterno. Mas confesso que todos aqueles nomes, casais e cadeados me geraram uma duvida. O que até entao pra mim era algo que poderia existir em algum lugar, ganhou milhoes de provas de sua existencia. Verona distribui amor em todas as suas partes, nas ruas, nos sorrisos, no verde das casas, na historia.

Queria Julieta nao sei se tu exististes ou nao, se minha carta chegara a tuas maos ou a quem assina em teu nome. Mas quero te agradecer por ter me feito ver tudo isso no dia de hoje e por favor faça-me retornar um dia para Verona. Porque se é possivel se apaixonar a primeira vista, a Italia tem me mostrado isso a cada passo.

Beijos,
Ana

domingo, 14 de outubro de 2012

ANA NA BOTA | ATUALIZANDO 1

Vou escrever o que der nos 15 minutos que tenho antes dessa seçao ir cair.
Desculpa os erros de digitaçao, mas o teclado é italiano, nao obedece.

Torino é uma cidade com pontos turisticos bem interessantes, nao muito grande, mas tanmbéem nao tediosa, vale a pena conhecer mas nao para se passar muitos dias, pra ver os principais museus e pontos historicos (relatei tudo em um mini caderno e assim que retornar publicarei o diario de viagem passo a passo)

Andar de trem na Italia é facil e pratico, um metodo interessante de se locomover, so tem que medir o tamanho da mala que pode causar problemas.

Milao é uma cidade bem mais turistica que Torino, repleta de gente de todo o mundo. O duomo é uma das manifestaçoes mais monumentais de arquitetura que ja vi. Aqui se pode ver muitos museus bons, passear por locais historicos lindos, tem bonitos parques, pessoas simpaticas, boa comida, porém é CHEIA de turistas de todas as partes, pra quem gosta de viajar pra descansar apenas nao recomendo.

Diria que quem quer viver de glamour pode aparecer por aqui e torrar suas economias nas melhores lojas da cidade e do mundo. Com certeza é um dos passeios mais chics que existe.

Fui MUITO rapida no geral. Mas digo: sinto-me feliz, cansada e gostaria que determinas pessoas estivessem aqui, se tu esta lendo e acha que é uma delas sinta-se convidado a vir...

Amanha partimos pra Verona e começa a parte mais antiga da viagem e a que deposito mais minhas expectativas. Veremos o que acontece.

Arrivederci

P.S: O italiano vai melhorando gradativamente e eles aqui sao muito solicitos e dispostos a escutar e a ensinar.

sábado, 6 de outubro de 2012

ANA NA BOTA | ROTEIRO



Então, segue o roteiro de viagem, constando os dias e os locais pelos quais passarei:

09/10 - Saida de Porto Alegre para Roma
10/10 - Roma - Torino
11/10- Torino
12/10 - Torino - Milão
13/10 - Milão
14/10 - Milão
15/10 - Milão - Verona
16/10 - Verona
17/10 - Verona - Veneza ( \o/ )
18/10 - Veneza
19/10 - Veneza
20/10 - Veneza - Florença
21/10 - Florença - Pisa
22/10 - Florença - Siena
23/10 - Florença
24/10 - Florença
25/10 - Florença - Roma
26/10 - Roma
27/10 - Roma
28/10 - Roma - Camerino
29/10 a 24/11 - Camerino (com várias viagens dentro da Europa e ando pensando em ir até a Grécia ou Croácia);
25/11 - Roma
26/11 - Roma  - Porto Alegre
27/11 - Porto Alegre

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

ANA NA BOTA | COMINCIAMO


Então, decidi começar de vez a contar as peripécias da viagem, agora da pré-viagem.

Tenho mania de fazer relatos turisticos, qualquer coisa é uma desculpa para eu escrever. Ainda não pensei como o que será dessa vez, mas espero manter o blog  atualizado das percepções e acontecimentos importantes  da terra da bota. Tudo isso será como uma grande carta, aos que ficaram a mim e para os que virão, e entendam GRANDE como GRANDE, porque não sei escrever pouco.
Já relatei mil vezes a ansiedade que é a espera do embarque. Quero muito que o final de semana passe rápido pra eu entrar naquele voo terça-feira.

Hoje arrumei a maior parte da mala. Descobri que não preciso de muita coisa pra sobreviver dois meses. Que se preparando adequadamente dá pra levar pouco, minha mala é beem grandinha, então já estou deixando espaço para o que eu for trazer para Porto Alegre.

Já faz um tempo que estipulei que ia usar a viagem para melhorar a alimentação e partir pra uma rotina diferente. Não me desliguei disso, manterei as mesmas metas. A idéia é comer só o necessario e tentar se alimentar o melhor possivel pra encarar a rotina turistica. Aproveitar cada momento que a viagem proporcionar. Tentar não me preocupar com o incomodo do avião e usar o tempo longe pra reciclar os pensamentos, porque umas coisas ainda estão embaralhadas dentro da cabeça.

Vou tentar relatar no blog as infos úteis de viagem. Tipo preços de determinadas coisas, lugares em que se pode comer direito, enfim. Espero que na volta tenha novidades. E que possa provar que com um orçamento base, um pouco de força de vontade e sorte, podemos sim ser saudaveis enquanto viajamos.

Fora isso, abasteci o conhecimento. Andei estudando sobre arte e  me informando sobre as curiosidades locais e sempre sinto vontade de saber mais. Acho que em questão de aprendizado será um dos maiores da minha vida. Um pré teste pra ver se posso levar pra frente esse momento pós formatura, onde tudo vai mudar e espero que para melhor.

Fiz um calendário com as cidades, horários de trens e informações importantes. Tudo pronto passagens arrumadas. Na real, quase tudo, mas o que falta resolver não interfere na viagem em si. E se depender de mim se resolve rápido.

Adam Sandler me empresta o controle por favor? 

E A CULPA É DE QUEM?


É tudo culpa das mães que varrem nossos pés na infância.

Naquela época eu não acreditava nisso. Falei: bobagem pode varrer, isso nunca vai dar em nada. Afinal, já abri guarda-chuva dentro de casa e continuo crescendo, já brinquei com fogo e nem por isso fiz xixi na  cama. Quem dirá que uma vassoura tem todo esse poder de interferir no destino de alguém.

O tempo passa. Aos 15 anos, o grande primeiro amor (tá estipulemos uma margem de erro de 2 anos pra cada um), tu pensa contigo mesmo: eu disse que era tudo bobagem, viu, vai dar certo. Ai começa aquela seqüência de fatos que tu releva. Pessoa certa na hora errada, pessoa errada na hora certa. Rupturas pelos motivos mais ridículos existentes. Quem nunca viveu isso? Faz parte da vida. Tu repetes pra ti mesma: é só uma fase, logo passa.

Passado um tempo de desilusões atrás de desilusões, tu começas a te sentir uma idiota: droga, não devia ter deixado ela varrer meus pés. Mil pensamentos na tua cabeça. Certo que ela plantou aquela flor que não devia em casa, qual o nome, não lembro, eu devia ter cuidado disso, só pode ser, eu não devia ter deixado...

Vai ver eu não dou sorte mesmo. Tenho que me contentar com isso.

Ai tu começa a ouvir coisas aqui e ali. E tu descobres que tem mais gente pensando o mesmo que tu, as mesmas reclamações e desilusões.

Toda uma geração arruinada no amor pelo ato impensado das mães com uma vassoura na mão. Onde estavam com a cabeça quando fizeram isso? Ninguém pra nos socorrer?

Decidido: se um dia eu tiver filhas, não vou varrer os pés delas. Não vou contar histórias de conto de fadas, quem sabe um Peter Pan ou Três Porquinhos, mas nada de Cinderela ou Bela Adormecida. Tudo em prol de salvar os corações da próxima geração que será, quem sabe, imune, as desilusões do amor. Criar filhas sem serem feitas pra casar.

Porque a verdade chega a ser ridícula de tão óbvia: a única pessoa que podemos amar de verdade e saber que nos retribuirá como merecemos somos nós mesmos. Aprendamos desde já, para vivermos melhor.






quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A_CALMA


Odeio esperas. Definitivamente as odeio. Ainda mais quando se deposita expectativa demais em algo.
Parece que por mais coisas que a gente faz, tudo se resume a uma desculpa pro tempo passar mais depressa. O estranho é que semana passada eu me perguntava quando teria tempo pra conseguir ver meus seriados favoritos antes de viajar e hoje, que tecnicamente tenho tempo, não sinto vontade. Queria dormir e acordar na próxima segunda, com tudo pronto.
Já discuti comigo mesmo mil vezes essa questão da espera. E mesmo sempre chegando a conclusão de que a ansiedade pelo futuro é uma basteira, confesso que não consigo me desligar dela. Afinal, quem não quer fazer agora as coisas boas que estão planejadas para amanhã ou depois.
A raiva da espera é tanta que sinto falta do AutoCAD, admito. Sinto muita falta da correria do trabalho, de resolver pendências, brigar com o Corel e ficar reclamando dos prazos de entrega. Sinto falta de ser mais útil. Do projeto pronto, da felicidade de quando tudo `dá certo`na planta, do tempo pra pegar café em meio ao trabalho como desculpa viavel pra dar uma pausa.
                Acalma, a calma. Como conseguir quando se quer tanto uma coisa e ela tá lá no horizonte te abanando e sorrindo. Tão perto e tão longe. Já foram tantos meses, uns dias a mais não deveriam custar tanto a passar...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

EXPECTATIVAS


Deveriam lançar o seguro de vida pra vida mesmo.
Não daqueles que tu paga, paga, pra quando tu morrer alguém se dar bem as tuas custas. Mas um que realmente te dê segurança no dia a dia. Idéias absurdas da Ana mode: on. Mas já pensou um seguro que ameniza tuas dores ou escolhas erradas?
Não, não falo em máquina do tempo nem nada. Só uma forma de compensação por tudo que deposita tua energia e depois te decepciona.  Tipo assim: pra cada hora que tu perdeu estudando pra uma prova de uma cadeira chata da faculdade pra tirar um belo 0 depois, tu ganha desconto pra uma massagem relaxante ou pra um happy hour. Aposto que feria sucesso.
Imagino os anúncios como seriam: cansado de pensar nos outros quando está aqui e como eles ficarão quando se for? Seus problemas acabaram. Adquira nosso mais novo plano de seguro e viva mais feliz. Ele cobre finais de relacionamentos, escolhas erradas, programa de índio e por uma quantia a mais incluímos aqueles encontros em família estressantes.
Talvez assim fosse mais leve fazer escolhas na vida...

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Agora falta só uma semana pra Itália e a ansiedade se multiplicou. Começo a ficar agitada pra dormir, pensando em tudo que vou ver. Toda a história, arquitetura e arte na terra dos meus antepassados. Penso no que ainda tenho que arrumar, nas coisas para fazer e pessoas pra ver. Queria uma varinha de condão que deixasse tudo pronto com o passaporte a as passagens na mão. Não tenho aquela pressa absurda pra que a próxima terça chegue logo, porque sei que ela está perto, sei que se deixar o tempo seguir seu próprio curso logo estarei embarcando naquele avião.
É tão estranho saber que algo com que tu sonhou por tanto tempo está a uma semana de distância de ti.