sexta-feira, 30 de março de 2012

ENTRE EINSTEIN E MEU RELÓGIO

Quanto tempo leva...
Pra gente crescer?
Pra gente aprender?
Pra gente se apaixonar?
Pra gente criar coragem?
Pra gente ter certeza?
Pra gente se acalmar frente a uma situação difícil?
Pra termos esperança?

Quanto dura...
Um momento bom?
Uma espera?
Um grito?
Um dia, um mês, um ano?
Uma amizade?
Um romance?
Uma raiva?
Um sofrimento?
Quanto tempo o tempo dura?
Questões que me deixam inquieta, incerta, entre Einstein e meu relógio...

segunda-feira, 26 de março de 2012

O MUNDO NÃO VAI DESABAR POR ISSO

O instante decisivo de tua vida chega quando percebes que podes fazer dela tudo o que quiseres. É quando descobres, de repente, que podes te tornar uma médica famosa ou uma advogada eminente; uma engenheira respeitada ou uma arquiteta audaciosa; uma professora admirada ou uma economista acatada.

Todos os caminhos se abrem diante de ti. É tua a embriagadora liberdade da escolha. Podes ser também uma poeta, uma pintora, uma seresteira, uma romancista, uma pianista, uma viajora.

É então que entra em cena, sem ser convidada, essa palavra que atende por destino. Por circunstâncias variadas, a médica, a advogada, a engenheira, a arquiteta, a professora jamais conquistam seus títulos e seus canudos. Já a poeta, a pintora, a seresteira, a romancista, a pianista, a viajora, ofícios para os quais não se requer diploma, naufragam em profissões dispersas e indesejadas.

Por que te falo tudo isso?

Talvez por haveres me contado que estás indecisa entre manhãs, tardes e noites às voltas com livros e cursinhos e o teste de múltipla escolha de tuas inclinações mais íntimas.

Pois tu, neste momento, és a senhora de teus caminhos. O que decidires agora condicionará de algum modo tua jornada sobre a Terra.

Mas preferência não é renúncia.

Conheço pelo menos um médico que é excelente poeta; um engenheiro que é aplicado pintor; um economista que é imbatível no violão.

Pois a vida não é exclusão; é soma.

Vamos supor que elejas a arquitetura e, em meio a um projeto, te surpreendas sonhando com um concerto.

Vamos dizer que optes pelo giz e pelo quadro-negro e, em meio a um teorema, te pegues devaneando com um soneto.

Vamos fingir que te fixes num tribunal e, em meio a uma sentença, embarques numa viagem.

O mundo não vai desabar por isso.

O mundo só vai desabar se não seguires o que manda o teu coração.

Liberato vieira da Cunha

Dedicado a Deise Padilha, que sempre me diz isso!

domingo, 25 de março de 2012

ESSE TAL DE AMOR...

E eis que em época de Facebook sinto que o amor banalizou-se. Todo mundo ama todo mundo e escancara isso como se fosse necessário que o mundo visse para o amor simplesmente existir. Como lei que precisa ser promulgada, que tem obrigações, que deve seguir roteiro.  O amor passou a ter tempo definido, eventos marcados, linha do tempo estabelecida.

Sinto falta das palavras que só os olhos dizem, do contato, da dúvida. O amor tornou-se um status. Esqueça as borboletas na barriga, elas foram extintas. Nada mais de treinar cantadas em frente ao espelho, invista mesmo é no seu português porque a escrita é que definirá quem se apaixonará por você. Selecione as músicas do momento, divulgue-as, tire as suas melhores fotos e poste-as.  E fique ai, esperando o dia em que você estará em um relacionamento sério com fulano de tal ou com mil e poucos amigos e finalmente o amor fará parte da sua vida.

Mas, se você quiser testar, digo-lhe que o bom mesmo é viver o amor de todas as formas e não divulgá-lo apenas. Então, saia na rua distribuindo sorrisos a estranhos ao invés de ficar postando aquele bom dia feliz na sua atualização de status. Reúna os seus amigos em um bar e não em um chat. Convide pessoalmente, não crie somente eventos. Olhe nos olhos e não para as fotos. Faça as pessoas sorrirem pra você e não escreverem um simples hahahah. Viva e não só exista como um perfil que em um click possa ser apagado.

Não use algo intermediário pra aquilo que você deve vivenciar ao máximo e por favor não se importe tanto em expor pros outros, aproveite aquilo que é só seu, que a vida lhe deu e faça do amor algo raro e precioso.



sexta-feira, 16 de março de 2012

AS NÃO PESSOAS

Sai de casa apressada, como toda a manhã. Não calcula imprevistos, mentaliza que nunca se atrasará, não gosta de deixar margens, não há tempo há se perder. Passa pelo barbeiro da rua, o cumprimenta como sempre, encontra o dono do mercado da esquina, o guardador de carro, o entregador de gás e moço do leite. Como que em um ritual, faz uma piada qualquer sobre o desempenho do seu time, pede como anda a familia, fala sobre o tempo e segue seu caminho.

Tudo acontece normalmente, como todos os dias. Avança uma quadra e para sua surpresa nota algo errado. Pára nesse momento. Olha para o condominio e não vê a zeladora parada na porta, lendo seu jornal como sempre. Treme. Em questão de segundos passam mil possibilidades do que pode ter acontecido a simpática senhora. Terá morrido? Sofrido um acidente? Se mudado? Se aposentado? Fica apreensiva, como saber se algo de ruim aconteceu, como ajudar de alguma forma caso ela necessite?


Se dá conta que não sabe nem o nome dela, mesmo que fale com ela todos os dias da semana. Conta. Faz uma lista mental de quantas pessoas das quais ela pouco sabe fazem parte do seu dia-a-dia. Se assusta. A lista é imensa. Sente uma necessidade de convidar a todos pra um chimarrão em um parque, uma necessidade de conhecimento, de pertencer não só por pertencer.


Se pergunta se fará parte da lista de alguém. Se essas mesmas pessoas a veem como alguém que participa de sua vida sem participar. Se sentem sua falta quando ela não aparece. Se notam quando ela sai antes. Se se preocupam por algum eventual desencontro diário.


Percebe que está parada na rua sem ação. Continua guria, vá em frente, espera o dia de amanhã, ele pode esclarecer. Não se torture por antecedência. Não dá, as não pessoas tem que continuar a existir como não pessoas, tu não pode se envolver com a vida de todas, tem que deixar elas no seu lugar, na porta do mercado, na frente da barbearia esse é o papel delas. Elas estão ai pra isso e são importantes pelo que exercem.

Atravessa a rua, sabendo que perdeu valiosos minutos. Droga. Perdeu tempo, pega um atalho, vai ter que ser assim pra chegar na hora, não pode se atrasar, maldita mania de não deixar uns minutinhos de folga. Terá que repensar isso. Na rua do lado, pela qual costuma ir o segurança se pergunta o que terá acontecido com a guria gremista que sempre passa ali apressada exatamente as 8h47min toda a manhã.  

A VIDA E O VIDEO GAME

E de repente percebi que minha vida se assemelha a um jogo de video-game. Que passo a maior parte do tempo guardando anéis e moedinhas pra um objetivo final que a maioria das vezes não se concretiza. As pedras no caminho teimam em me fazer perder parte daquilo que acumulei. Mas inspirada em meus heróis, tento não perder o foco. Atente a palavra TENTO, porque muitas vezes perco. Desisto antes de tentar, não me orgulho disso, mas faço. Como se o fato de não ter uma segurança significasse que o fracasso fosse a única realidade.

A necessidade de algo que nos dê uma margem de erro existe. A gente tem que ter a possibilidade de errar, de ir lá e tentar novamente, de falhar e saber que isso não significa o fim. Fazer tudo exatamente certo em um jogo de video game pode significar `vira-lo` mais rápido, mas, muitas vezes, é em um dos  obstáculos que descobrimos uma  `manha` legal que passaria despercebida se nunca errássemos.

Decidi que preciso jogar mais, preciso de espelhar mais no Mário ou no Sonic. Não que eu vá sair por ai salvando princesas ou correndo enlouquecidamente. Mas se é a pratica que leva a perfeição do video-game, quem sabe a pratica dele me ajude a chegar mais perto do que é melhor pra vida.

Quanto ao fato de juntar moedinhas, bom, isso eu não deixarei de fazer. Gosto delas, preciso delas, me sinto mais confortável quando as tenho. Se é uma segurança só psicologica, que seja então. Tenho que saber que posso errar sem perder a oportunidade de continuar a jogar. Talvez as maiores dificuldades enfrentadas são criadas por nossas incapacidades e limitações e não pelos vilões que existem lá na frente.

Tá, a vida é mais complicada que um jogo de video-game (né Camila...). Com certeza o é. Os personagens são reais, não agem sempre da mesma forma, nos surpreendem, nos fazem ter que estar sempre mudando nossas ações, nos estimulam. Talvez ai esteja a razão que faça cada GAME OVER valer a pena!

Em homenagem a Camila, que assim como eu vive perdendo as argolinhas por ai!

segunda-feira, 12 de março de 2012

CALOR

Está tão quente, que não consigo escrever. Minhas idéias se fundem ao calor, perco o foco, não consigo juntar frases. Penso, mas logo tudo se esvai. Anseio pelo inverno, pela busca do calor ao invés da rejeição, espero que ele chegue logo e traga consigo minha criatividade de volta.

domingo, 4 de março de 2012

FINAIS

Sou curiosa demais para finais. Quando a história é boa não me importa que se alongue, que seja uma saga, uma trilogia, que se estenda por mais alguns capítulos. Gosto do meio, do desenrolar, da parte a parte, da expectativa. A dúvida instiga minha criatividade e exercita minha mente, me torna mais tolerante, me faz apreciar cada momento. O final é um mero capricho, um mero objetivo que existe para darmos razão a todo o processo, é algo estático, consumado que não se pode modificar. Fico com o dia a dia e com o que ainda se pode fazer com ele...