sexta-feira, 5 de outubro de 2012

E A CULPA É DE QUEM?


É tudo culpa das mães que varrem nossos pés na infância.

Naquela época eu não acreditava nisso. Falei: bobagem pode varrer, isso nunca vai dar em nada. Afinal, já abri guarda-chuva dentro de casa e continuo crescendo, já brinquei com fogo e nem por isso fiz xixi na  cama. Quem dirá que uma vassoura tem todo esse poder de interferir no destino de alguém.

O tempo passa. Aos 15 anos, o grande primeiro amor (tá estipulemos uma margem de erro de 2 anos pra cada um), tu pensa contigo mesmo: eu disse que era tudo bobagem, viu, vai dar certo. Ai começa aquela seqüência de fatos que tu releva. Pessoa certa na hora errada, pessoa errada na hora certa. Rupturas pelos motivos mais ridículos existentes. Quem nunca viveu isso? Faz parte da vida. Tu repetes pra ti mesma: é só uma fase, logo passa.

Passado um tempo de desilusões atrás de desilusões, tu começas a te sentir uma idiota: droga, não devia ter deixado ela varrer meus pés. Mil pensamentos na tua cabeça. Certo que ela plantou aquela flor que não devia em casa, qual o nome, não lembro, eu devia ter cuidado disso, só pode ser, eu não devia ter deixado...

Vai ver eu não dou sorte mesmo. Tenho que me contentar com isso.

Ai tu começa a ouvir coisas aqui e ali. E tu descobres que tem mais gente pensando o mesmo que tu, as mesmas reclamações e desilusões.

Toda uma geração arruinada no amor pelo ato impensado das mães com uma vassoura na mão. Onde estavam com a cabeça quando fizeram isso? Ninguém pra nos socorrer?

Decidido: se um dia eu tiver filhas, não vou varrer os pés delas. Não vou contar histórias de conto de fadas, quem sabe um Peter Pan ou Três Porquinhos, mas nada de Cinderela ou Bela Adormecida. Tudo em prol de salvar os corações da próxima geração que será, quem sabe, imune, as desilusões do amor. Criar filhas sem serem feitas pra casar.

Porque a verdade chega a ser ridícula de tão óbvia: a única pessoa que podemos amar de verdade e saber que nos retribuirá como merecemos somos nós mesmos. Aprendamos desde já, para vivermos melhor.






2 comentários:

  1. Eu sou favorável a mudar um pouco a história das princesas: a Cinderella era "escrava" da madrasta e irmãs, mas conseguiu uma bolsa pra estudar/estudava em casa, assim conseguiu entrar na faculdade; a faculdade foi uma das melhores épocas da vida dela, ela fez vários amigos legais e inclusive arranjou uma pra dividir um apartamento e sair da casa da madrasta; e aí sabe-se lá onde ela vai conhecer o Príncipe hehe, mas acho isso mais realista. :P

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  2. ahsuahsuahs!
    Gosto dessa versão da história...

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