sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

ACABOU-SE DOISMILEDOCE


E está acabando o que foi tão doce. Dois mil e doce fez jus ao nome e entra pra série dos meus top 5 desses 25 anos de vida.

O ano último que se tornou o primeiro de tanta coisa. Que deu realmente tchau a etapas passadas, que me apresentou um novo mundo, agora vira as costas e me diz sorrindo “adeus”.

Agradeço a todas as pessoas que fizeram esse ano ficar marcado na minha memória.

AOS FORMANDOS 2012.01: Nós, os restos talvez. Que nos demos tão bem, que enfrentamos o complicado TCC realmente como turma. Amei passar metade desse ano, me lamentando, brigando, fazendo piada, fazendo festa,  estudando, escolhendo decoração e afins com vocês. Agradeço o dia que decidi que sim, meu ano de formatura seria 2012.01 e não me arrependo nenhum minuto dos longos sete anos de arquitetura que levaram a isso.
Agradeço a comissão de formatura, que fez cada uma das nossas reuniões sérias se tornar um momento de descontração e que ainda hoje continua a se ver, a mandar posts só pra alegrar o dia, que ainda tem história pra contar e se tudo der certo que não se separará ao longo dessa nossa nova vida profissional (que chique).

AOS POKEMONS: Será que é hora da gente crescer e deixar tudo isso de lado hein? Ou não? Obrigado por estarem sempre comigo, mesmo não estando. Levo sempre um pouquinho de cada um de vocês, onde quer que eu esteja.
Já disse o quanto tenho sorte em ter vocês na vida? Sabem, eu me digo isso todo o dia...
Obrigada por terem paciência enquanto em fazia o TCC, por me mandarem embora pra Itália, por me fazerem seguir apontando pra fé e remando independente do que fosse. Por me lembrarem do: tudo vai dar certo sempre que eu tento esquecer.  Pelos butiás que vocês me ajudam a fazerem cair e a juntar pelo caminho. Pelas vezes que vocês batem na minha porta sem avisar, pelas vezes que vocês me mandam longe e dizem: Ana, tu merece um belo tapa. Pelos sorrisos, risos, piadas, choros, discussões, problemas, contratempos, brigas, pazes, conversas sérias, conversas de louco, momentos de maturidade ou criancices. Enfim, cada um sabe no que contribuiu pro Pokémon em Evolução e sim, esse Pokémon aqui está em evolução, acho eu...

AO PESSOAL DE CAMERINO: Já disse isso mil vezes e repito: cheguei a Camerino totalmente sozinha e vocês fizeram com que eu me sentisse sempre acompanhada, muito bem acompanhada, diga-se de passagem. Sinto muitas saudades de estar com vocês seja no intervalo da aula ou tomando banho de chuva nas ruas da Cidade Eterna. É ruim estarmos “separados” agora, mas espero que assim como 2012 trouxe a felicidade de conhecer vocês, 2013 faça estarmos juntos diversas vezes. Seja onde for, mas se puder ser na Itália juro que não fico triste.

AOS AMIGOS: De sempre, da escola, da faculdade, da vida! Aos antigos e novos. A todos que me acompanham seja de perto ou de longe, que não me abandonam. A amizade de  vocês é muito importante pra mim. E quero levar todos vocês comigo pra 2013.

À MINHA FAMILIA: Que tem é tudo o que os amigos são pra mim só que ao quadrado, tendo que me aguentar muito mais, conviver comigo mais horas, me dar apoio, rir das minhas patetices, me dar abraços sem motivos aparentes (Free Hugs), me ver com aquela calça azul de bolinhas brancas que eu JUROOOO que é linda. Obrigada² por estarem comigo nesse ano que passou.

Ainda faltam quatro dias desse ano para serem aproveitados. Espero que a chuva dê uma trégua (mas que o calor não volte, por favor) e que o tempo que resta de 2012 seja bem gasto por cada um de nós, nem que seja pra descansar e repor as energias pro ano ímpar que vem ai.

Desejo que cada um de vocês continue sendo assim, incríveis ao seu jeito, e que tudo o que vocês mais buscam na vida seja conquistado. Muita paz, felicidade, amor, saúde e sucesso. E uma dose extra de paciência pra me suportarem em 2013, por eu juro que não vou abandonar vocês, promessa de ano novo.

E no fim o mundo não acabou, o que vamos fazer com a vida inteira que nos resta?

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

ANA NA BOTA | CARTAS QUE NÃO MANDEI

Divagações sobre a experiencia do intercâmbio.

"Não sei porque escrevo tantas cartas se não tenho a intenção de mandá-las. Tá, na verdade, quem sabe um dia elas façam sentido pra alguém e eu descubra que elas não foram em vão. Mas continuarei a escrevê-las e depois penso do depois. A verdade é que adoro escrever, gosto de contar as coisas e espero que quem as leia um dia goste de ouvir as histórias de viagem. 

Então, o tempo por aqui anda meio (ok, MUITO) frio. Dá vontade de ficar quietinha embaixo das cobertas as vezes, mas não se pode deixar o tempo passar em vão. Gosto muito das aulas de italiano, mas confesso que fico dividida entre ficar em uma sala de aula ou turistando por ai.

Algumas coisas mudaram aqui em casa nos últimos tempo, mas enfim, nada que abale a minha felicidade. Passo pouco tempo no nosso apartamento e me aproximei de muita gente legal e interessante.

É engraçado observar o jeito que as pessoas se organizam em grupos. Aqui não é diferente de todo o lugar, tem diversos grupos formados por pessoas de características semelhantes que se atraem pelas mesmos gostos. As vezes vira uma muvuca e todo mundo se mistura, mas em suma gostos semelhentes, linguas semelhantes inclusive, grupos iguais.

O mais engraçado dessa experiência é como o fator tempo influencia nas escolhas de cada um que aqui está. Tem gente que se joga de cabeça na experiência: faz loucuras, não dorme, aproveita o máximo, não tá nem ai pra opinião alheia, só quer se divertir e aqueles que mesmo sob o lema do "o que acontece na Itália fica na Itália" continuam a levar sua vida regrada, que não buscam nem interagir e sempre os meio termo ue entendem que a experiência e feita de momentos e momentos, oscilando entre o: o amanhã não importa e o: hoje vou me comportar.

Observar tudo isso é muito divertido. SE observar nisso é gratificante, ver o quanto a gente muda em poucos dias. Essa experiência reflete principalmente na nossa percepção sobre a temporalidade dos acontecimentos e acho que finalmente absorvi um conhecimento a cerca do tempo que até então não conseguia compreender.

Não sei se o que digo possui muito nexo. Mas enfim é o que paira na minha mente nesse momento.
Nossa, minha letra ta terrível, espero conseguir ler depois. Comecei a divagar, por isso vou parar por aqui. Logo escrevo e descrevo o que acontece aqui um pouco mais.

Até mais,

Bacio..."

Ana

12 de novembro de 2012 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

RECORDAÇÕES | MEU MELHOR NATAL




Todo mundo tem um NATAL inesquecível.

O meu, me lembro bem, foi o de 2007.

Meu avô paterno tinha acabado de falecer, 02 de dezembro, a família inteira encontrava-se triste com a perda, um tanto quanto desnorteada e aquilo que se buscava fazer a tantos natais anteriores realmente se tornou possível. Todos reunidos juntos na casa da Vó no interior.

Não teve chegada do Papai Noel, amigo secreto, trocas incansáveis de presentes, nem nada, só nós umas 15 pessoas juntas, fazendo as duas coisas que os Brocks fazem de melhor: comer e falar bobagem.

Foi especial pra mim porque foi o último Natal que passamos com meu pai. Me lembro dele naquele dia. Como estava feliz, como se divertia, cantava. Até encarou uma descida até a gruta. Óbvio que ficou descansando um tempão quando chegamos lá para conseguir retornar. Mas sempre que volto à aquele lugar consigo visualizar nitidamente a cena dele sentado, fazendo sua reza interior. Visivelmente feliz por estar lá.

Me lembro que quando fui dormir, todos meus tios ficaram um tempo na varanda, cantando animadamente. Eram canções simples, minhas velhas conhecidas, as que meu pai cantava pra me ninar quando eu era pequena. Me lembro de pedir para ele que cantasse a do "tigre" que eu queria recordar porque era minha favorita e só ele sabia. Ele atendeu meu pedido e foi a última vez que aquela música foi cantada.

Até na hora de dormir eles ficavam fazendo palhaçadas. Foi muito engraçado. Rendeu piadas nos encontros familiares por muito tempo depois. Agora lembrando não teve nada assim "demais" naquele NATAL, mas desde então, 24 e 25 de dezembro nunca mais tem sido o mesmo. Sem a mesma magia que aquela noite tinha, algo de especial que bem, só quem viveu sabe...

Espero que todo mundo já tenha vivido ou tenha a possibilidade de passar um natal assim. Coma família reunida fazendo, pode ser até que, NADA, mas juntos, sentindo a verdadeira magia do momento. Que, ao meu ver não é o simbolismo comercial da data, mas a possibilidade de "dar um tempo" antes da virada do ano, aproveitar juntos pelo menos um ou dois dias e fazer um balanço do que se quer para o que nos espera!

FELIZ NATAL A TODOS!

domingo, 23 de dezembro de 2012

ANA NA BOTA | CARTAS QUE NÃO MANDEI

Camerino - Vista da nossa janela.

Observações da primeira semana.

Camerino, aos meus olhos,  no começo, era mais ou menos assim...

 "... tenho muitas coisas para contar desse meu quase 1 mês em "giro". Viajar tem sido uma descoberta maravilhosa, na qual nós desafiamos a nos mesmos "giorno dopo giorno" e posso dizer que estou tendo duas experiências distintas entre os 20 dias de turista e a vivência em Camerino.

Camerino é um lugar no qual tu tem que conviver com pessoas que tu nunca viu antes, de culturas totalmente opostas a tua, tendo que se regrar a um estilo de vida totalmente diferente do teu ( explico: aqui tem racionamento de água todos os dias, separação total do lixo, tu vive com sensação de segurança o dia inteiro, tudo é perto, supermercado é longe, é calmo, enfim...)

Moro com uma norte-americana, uma japonesa e uma guria da Indonésia. Divido quarto com a japonesa e a comunicação entre nós embora seja um pouco confusa as vezes pela mistura de línguas, inglês, italiano, português e japonês (sendo que estes últimos que só fazem sentido pra quem os fala) tem fluido normalmente (obrigada mimica). Me dou bem com todas elas e geralmente estamos juntas, pra sair, cozinhar, estudar, dançar e afins.

Somos em torno de 90 estudantes, uns 20 e poucos brasileiros sendo que tem quatro de Porto Alegre (que eu vi até então). Além dos gaúchos, gosto muito do pessoal de Recife e de Belo Horizonte que foram os que mais falei e foram super queridos. Todo mundo aqui parece ser muito receptivo e me sinto ótima na companhia deles.

A rotina é bem puxada na escola, estudos mesclados com horas de cultura e opções de lazer. Quanto temos tempo livre, geralmente fazemos algo "insieme" como ir a um bar, se reunir na casa de alguém, ficar na praça jogando conversa fora. Aqui até a ida ao supermercado  é um evento social, onde combinamos e vamos todos juntos fazer as compras da semana.

Hoje teremos uma festa em um castelo medieval, com visita guiada, janta, danças tipicas e baile. Estou super ansiosa para ir,a cho que será bem legal e um festa diferente da que tivemos semana passada em Portorecanatti. 

Nosso roteiro tem outros destinos que me fascinam. Além das cidades principais da Itália, teremos uma visita as Grutas de Fracassi e subiremos as montanhas, o que pode ser um passeio que tenha neve.

"Mi piace molto la vita qui", mas confesso que tem dias que dá uma saudade absurda de casa. As vezes penso: quero ficar aqui pra sempre, mas ai bate a saudade das pessoas importantes e morro de vontade de trazer todo mundo pra cá.

Conheci muitas pessoas com histórias interessantes e por mais que adore todas as pessoas que conheci, ainda não penso na separação daqui umas semanas, só em aproveitar o tempo que ainda temos e com certeza dar um jeito de manter contato com todas elas pro resto da vida.

Decidi começar a não escrever mais tanto com caneta, aprendizado de viagem. Escrevo então com a minha 0.5 companheira. Já que tudo está sempre mudando na vida e se deve deixar uma opção para reescrever histórias!

Nos vemos daqui uns dias, acho eu..."

Beijos,

Ana

06 de novembro de 2012



quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A MARAVILHOSA LEVEZA DE SER

Aquela sensação tão simples de leveza.

Como se eu tivesse andado por muito tempo com uma caneleira de academia amarrada a cada uma das minhas pernas. Que acabam de ser deixadas para trás, simplesmente porque me abaixei para puxar a cordinha e ó, o  nó se rompeu e tudo ficou melhor.

Já tinha experimentado muitas sensações de "ufaaa" (me entende?), mas agora parece que emagreci quilos em horas. De uma forma que bem, não sei como explicar.

Tinha muito o que dizer. Mas não "riesco a fare" porque a sensação de free falling me deixa assim, em uma paz, com a cabeça repleta de pensamentos tão bons.

Finalmente sinto que aquele buraco negro dentro de mim que me consumia morreu. E assim o fez porque era sua hora, porque já tinha passado da hora (acho até que já tinha morrido e eu que não tinha percebido). 

E 2012 ou o mundo, que seja, terminam em paz, pelo menos pra mim.






domingo, 16 de dezembro de 2012

VERÃO

Tenho uma série de locais pra visitar nesse verão.

Tenho alguns projetos de viagens a baixo custo de final de semana e uma máquina fotográfica pronta para começar a trabalhar sem parar.

Se alguém ai tiver afim de ir, prende o grito! =)

Vou me organizar direitinho e ver a logística da coisa. Até então é só uma mera idéia assim, do tipo idéias da Ana, mas sabe que as vezes minhas loucuras dão certo...


CARTA AOS MEUS FILHOS


Queridos futuros filhos,
 Boas novas: Vocês não morreram mais de fome!


Não, eu não estou  juntando dinheiro para pagar a futura cozinheira de vocês, mas tenho a felicidades de informá-los que estou aprendendo cada vez mais a cozinhar.

Tá, vocês não iam morrer de fome antes também. Nunca li no jornal uma reportagem que dizia: Legado Destruido: Mãe que não sabia cozinhar mata seus filhos com comida ruim. Mas né, faz parte do mito chamado mãe saber cozinhar, e pretendo aos poucos ir aperfeiçoando. Como vocês ainda demorarão anos para chegar, minha meta é que até lá, acertar meu tempero. Penso também  em aumentar meu numero de receitas e finalmente poderei fazer de vocês crianças roliças e saudáveis. Não se preocupem não vou evoluir a ponto de torná-los bolinha de basquete só a ponto de vocês poderem crescerem com uma boa alimentação em casa. Sem congelados e fast food.

Então vou explicar pra vocês porque eu não gosto de cozinhar. A verdade é: sou afobada! Sim, cozinhar demanda espera. Demanda saber colocar as coisas na hora certa, prever o tempo certo e eu ainda não sei fazer isso muito bem. Gosto mais de ter fome e comer. Problema, solução. Ao invés de ter fome, pensar no que fazer, organizar as coisas, cozinhar, preparar a mesa e depois comer. Sim, afobação um dos meus grandes defeitos, que estou tentando amenizar. Óbvio que não se muda nada do dia pra noite, mas a prática leva a grandes resultados.

É estranho ser paciente mas afobada. Não perco a paciência muito rápido. Mas tenho isso das coisas imediatas, que me fazem ter um ritmo acelerado. Acho que por isso que faço muitas coisas ao mesmo tempo. Mais resultados finais. Mas como disse, estou diminuindo isso consideravelmente e espero logo ter resultados gratificantes. Uma das melhores fontes de concentrar essa afobação é com exercício físico e ele tem sido um grande aliado. 

Mais uma coisa. Venho por meio desse dizer que assumo que não sou mais tão tímida quanto era uma vez. Eu sempre fui mais quietinha e hoje não sofro mais desse mal. Falo com Deus e o mundo e gosto disso. Gosto de saber que as pessoas me dão abertura para entrar na conversa delas e que me integram como se eu fosse uma antiga conhecida. Claro, sempre tem momentos em que se fica tímida na vida, mas a gente nunca é uma coisa só.

Queridos futuros filhos: escrevo isso dia 16.12.12, frente a rumores do final do mundo e em um final de ano e final-começos de muitas coisas na minha vida. Não sei se vocês existiram e quando serão algo concreto. Mas digo-lhes que isso tudo aqui escrito não é uma verdade absoluta. Porque tudo muda e pode ser que no mês que vem eu esteja com um discurso diferente. 

Grata pela atenção.
Com amor,

Ana

sábado, 15 de dezembro de 2012

ATRAPAHLADA!


Errei na medida do café hoje pela manhã.

Ou foi pouca água ou muito pó. Engraçado é que fiz exatamente como sempre faço. Mesmas quantidades, mesmo jeito, processo repetitivo com resultado não gratificante.

Ou eu não gosto mais do meu antigo café ou tenho que repensar a minha antiga receita.

Tentei arrumá-lo. Matemática pura: como depois de pronto não é possível diminuir o pó para passar, coloco mais água. Não deu certo. Não era o gosto que eu queria. Tudo bem, confesso estava bebível, mas mesmo assim, não era o mesmo.

Sujei o fogão, lambuzei a pia sem querer e manchei a toalha. Tropecei na área, me enrrosquei em um dos gatos e quando sentei no sofá esse se abriu esperando que eu caísse.

Ok. Ana atrapalhada is back! Vou jogar a culpa no fato de não estar assim, totalmente acordada. Mas sei que vem ai um período no qual vou ter que estar preparada pra rir muito de mim mesma. 

Por favor, me avisem se eu sair por ai com sapatos de cores diferentes ou com roupas estranhas. As vezes tudo isso é mais forte que eu...


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

BLAKE SHELTON


Essa música me acompanha sempre em diferentes momentos da vida, mas nunca tinha escutado essa versão e me apaixonei pela fotografia do clipe! Mesmo não sendo o Michael Bublé cantando, vale a pena pôr na playlist! =)






Tive que vir postar Footloose em versão meio Country.



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ANA NA BOTA | QUANDO EU CHEGO?


Definitivamente demora um tempo pra voltar.

Parte de mim ainda está lá em algum lugar.

Quando ainda estava viajando eu achava que (bem, tenho que parar de achar), mas eu supus que, me readaptaria fácil à volta, estava enganada. Sentia falta de tantas coisas, mais do que isso, não me imaginava vivendo sem aquilo que havia deixado pra trás. Agora que cá estou, sinto falta do que estava vivendo. Não que a volta pra casa seja ruim, conviver com as pessoas que me faziam sentir tantas saudades, ver meus bichinhos, meus lugares favoritos de Porto Alegre me fazem feliz, mas parte de mim ainda não pousou definitivamente aqui.

Desde que cheguei não durmo o necessário. Quando durmo me pego vagando em sonho em locais que bem, já estive e pretendo voltar. Sinto algumas dores de cabeça e o calor me parece excessivo. Tenho que pensar muitas vezes quando preciso escrever determinadas palavras, pois elas demoram a surgir na minha cabeça, sinto uma falta de TUDO, sabendo que tenho TUDO ao meu redor.

Confuso? Imagine pra mim? Nesse entremeio todo me pego fazendo uma série de planos, que hoje traço como objetivos, empolgada com o que está por vir, sabendo que como diz a canção embora nada tenha mudado oficialmente, está tudo muito diferente e esse diferente é a minha realidade daqui em diante.

Puxo a minha parte que insiste em não retornar, porque estar inteira é tudo que se pode ser na vida. Não imaginava que seria assim quando parti, morria de medo de perder e por perder entende-se tudo aquilo que havia construído aqui. Gostava da minha vida, mesmo sabendo que tinha que preenchê-la com o trabalho e algumas atividades mais que tinha abandonado pela correria do TCC e da arquitetura. Nesse meio tempo aprendi que não se perde, ou se tem ou não se tem. E o que existe e importa é o que vive no momento atual e os laços que se constroem, que uma vez fixados não são assim, tão fáceis de acabar.

Estou tentando voltar por inteira. Talvez agora que esteja mais `organizada` as coisas se desenrrolem com mais facilidade. Espero que as coisas só melhorem e que possa sempre viver momentos de estar TÃO em um lugar que encontre dificuldades em retornar.

Aos poucos o sono deve voltar ao normal, as dores de cabeça passarem e os dias se tornarem suportáveis pra mim. E devo começar a ver o que vou levar na próxima viagem que se aproxima, porque sempre se tem um novo lugar para ir.

sábado, 8 de dezembro de 2012

MAIS UMA VEZ


"Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. […] E se ela se afogar, se recupera. […] E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca – levanta e segue em frente."

 Caio Fernando de Abreu


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ANA NA BOTA | TOP 10

Conforme havia dito, ai vai o HIT PARADE da minha estadia na Itália!

10. LA SOLITUDINE - LAURA PAUSINI

Nada como começar com uma música romântica  Afinal, Itália esbanja romantismo. Pra quem sente saudades de quem ficou longe esse mês inteiro e pra quem sente saudades dos que nos despedimos no final de Novembro. A música tema dos almoços improvisados e corridos, também sempre presente no karaoke.





9. SARÀ PERCHE TI AMO - RICHI E POVERI

Gosto dessas baladinhas antigas italianas, que ficam na mente. Essa vai em homenagem ao Lucas, que amava essa música!
Que te ne frega, sarà perchè ti amo




8. BALADA BOA - GUSTTAVO LIMA

Brasil marcando presença e fazendo bonito (só que não). Como eu havia dito, Gusttavo Lima vai com você até a Itália e te faz dançar. Sim, uma das mais tocadas nas festas e restaurantes, que te persegue, até tu não poder mais. Ai vai um hit do Brasil para o mundo que encanta as pessoas no exterior.



7. SAPORE DI SALE - GINO PAOLI

 Em homenagem ao Álvaro, nosso romântico incorrigível que não parava de cantar a todo o momento uma das músicas italianas mais conhecidas.


6 . TWIST AND SHOUT - BEATLES

Porque quando o assunto é Rock essa é uma das mais tocadas. Na noite do Orange Day perdi as contas de quantas vezes nós a dançamos. Os italianos curtem MUITO os clássicos.



5. AI SE EU TE PEGO - MICHEL TELÓ -

Mais um brasileiro fazendo bonito (ahamm). Ai se eu te pego anima as festas italianas. Todos cantam e dançam. Nossa assim nossa reputação me mata. Depois ninguém sabe porque os brasileiros, principalmente as brasileiras são vistos, bem, como são vistos pelos gringos. Se você sabe a coreografia certamente fará sucesso na discoteca.




4. BELLA - LORENZO JOVANOTTI

Do lindinho do Jovanotti. A canção feita para a sua filha quando nasceu! Mentre da lontani stai con me forever!




3. ONLY THE HORSES - SCISSOR SISTERS 
Aquele que tocava quando chegamos na festa que a policia mandava acabar e que já entravamos dançando sem parar. Aquela das discotecas, que fazia todo mundo levantar, que a Ana erroneamente cantava: Only or Force, porque né, tinha que ter algo de italiano no meio. Ainda não cansei de escutá-la aqui!


2. TRE PAROLE - VALERIA ROSSI

 Uma das mais cantadas no karaoke, mais citadas nas ruas, mais odiada pelo professor. Era inevitável que em um momento de silêncio saisse: Dammi tre parole!


1. NEL BLU DIPINTO DI BLU - DOMENICO MODUGNO

 A clássica  cantada em todos os lugares que não podia de deixar de estar no top 10, continua sendo um marco nas diferentes gerações. Não há quem não saiba a letra. Quem não saia volando e cantando com a versão original ou as tantas outras versões já criadas. Por isso merece o primeiro lugar!



Fora essas, tenho algumas músicas especiais, que marcaram alguns momentos.

- CALL ME MAYBE - CARLY RAE JEPSEN : http://www.youtube.com/watch?v=fWNaR-rxAic
Que me perseguiu pelos 50 dias, tocando nos lugares mais inusitados;

- SHE WILL BE LOVED - MARRON 5: http://www.youtube.com/watch?v=nIjVuRTm-dc
Música obrigatória de todas as viagens. Que me lembrará o Lucas Santillo pelo resto da vida.

- THE TIME OF MY LIFE - DIRTY DANCING: http://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo
Nunca vi uma música antiga que toca tanto no rádio. Mas como eu gosto e tem um significado pra mim, deixa tocar...

- LA MIA SIGNORINA - NEFFA: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=A6ZfonCNqJg#!
Música da nossa classe no karaokê

- SVEGLIATEVI - CARLO
Só quem estava lá entenderá (não consegui colocar o audio).

São tantas músicas que compõe nossa trilha sonora. Mas acho que dentre todas, essas são, pelo menos pra mim, as mais importantes.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

QUANDO SE TEM QUE DIZER ADEUS


Aquela chamada no celular mudou meu dia.

Confesso, já tinha desistido de assistir ao jogo no olímpico. Parecia tão improvável que tivesse algum ingresso disponível assim tão em cima da hora.

Mas a tal da chamada aconteceu. Chorei, pulei e corri pra me arrumar. Não acreditava que eu poderia assistir ao último jogo oficial, um GREnal ou não, que fosse, pouco importava, eu queria estar lá, cantar o hino do time, bater palmas a cada nome chamado na escalação, xingar o juiz, fazer meu comentários infames, reparar na estrutura, cantar com a geral, torcer, vibrar, gritar olé, enfim, estar lá, de corpo e alma pro que sem dúvida será um dos momentos mais memoráveis da minha vida.

Eu, que ha poucos anos odiava ir ao Estádio, preferia mil vezes assistir pela TV (onde eu estava com a cabeça), estava ali nas cadeiras do Olimpico, emocionada, arrepiada, não compreendendo a dimensão das coisas. Pensando: a vida dá voltas, as coisas mudam.  Graças a Deus, eu mudei.

Sempre fui apaixonada por futebol. Gremista de coração. Devo isso a minha família e entre eles a três dos mais fascinantes homens que já conheci. Meu avô, meu tio Denir e meu pai. Sem dúvida foram eles que me passaram essa paixão. Me recordo até hoje do nervosismo do meu vô em frente ao seu antigo radinho de pilha escutando ao jogo de futebol. Das camisas tricolores  que sempre ganhava do tio Denir a cada verão, de como ele se negava a colocar um lenço vermelho no CTG, porque seria um absurdo usar algo que remetesse ao maior rival do seu time do coração e ao meu pai, enfim, são tantas coisas, tantos momentos que guardo pra mim, junto com tantas outras boas recordações que posso ter e que levei por tanto tempo a cada jogo, representado sempre pela bandeirado Rio Grande do Sul com o símbolo do Grêmio ao centro. A bandeira que deste de presente pra Ana Luiza e que hoje representa um amor passado de geração a geração.

Enfim, são tantas lembranças boas. Tantos jogos emocionantes. Que eu vi tantas vezes ontem refletidos no choro das crianças agarradas às pernas de seus pais, no grito do torcedor cantando as nossas tão conhecidas músicas, na irritação com a arbitragem, no jeito de balançar a bandeira, de aplaudir, de não se importar com o sol batendo no rosto, com o “apertamento”, com  nada, só com o desempenho do time em campo.

Como dizer adeus a uma casa. Entende que ela não é só casa pelo espaço físico que representa, mas por toda a história embutida ali. Como pensar que no próximo ano a Azenha não terá mais o nosso amado estádio. Sem desmerecer a Arena, que acho um projeto lindo, mas a história se leva muito tempo pra se construir e o Olimpico é tão rico de momentos memoráveis que é tão difícil saber que essa história não terá mais sua representação física pra se levar os filhos daqui uns anos e dizer: sabe, quando eu era menor, assisti a tantas partidas emocionantes aqui, em um tempo em que o futebol era marcado pela garra e pelo amor a camiseta de verdade, pra sempre!

2012 é o ano das mudanças da minha vida, começou assim e está terminando da mesma maneira. Despedi-me ontem do lugar que tantas vezes me fez me sentir em casa. Agradeço a cada companhia de cada jogo, a todas as pessoas que alimentaram esse meu amor ao time e que mais do que isso, compartilharam esses momentos dentro do Olimpico comigo. Espero que tenhamos momentos tão bons quanto esses e quem sabe melhores na nossa mais nova casa. Espero que logo estejamos sentindo a mesma emoção de se virar um jogo, de se comemorar uma vitória, um pênalti defendido, de cantar o hino do Rio Grande do Sul e do Grêmio não só com a voz, mas com o coração, como fizemos tantas vezes.

Aquela chamada do celular mudou meu dia.

Aquele estádio mudou minha vida...