segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

BYE BYE

Notas soltas sobre percepção temporal.

Não quero ter que dizer adeus com gostinho de nunca mais pras pessoas que gosto.

Odeio pensar que essa possa ser a última vez que as vejo.

Não gosto de sentir falta de alguém que não pode estar aqui comigo e ter que aceitar isso e me calar pois não há o que fazer.

Suplico aos gênios da engenharia: Teletransporte please!

Pra amenizar essas despedidas. Pra me levarem pra perto do que me faz feliz. 

Pra eu não ter que viver mais com a sensação de nunca mais e não me bastar pela presença sintética fornecida pela nossa tecnologia...

Somos tão inúteis frente ao tempo e à distância.




sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

LINHA ILUSÓRIA


Me perdi na linha ilusoria que separa sanidade de loucura

E receio que ela nunca tenha existido...

Pensar nela, talvez seja só uma maneira da gente dizer a nós mesmos que somos algo dentro de alguma coisa que faz sentido, mas que na verdade não tem porque nenhum...

Filosofias de boteco de uma noite de quinta-feira.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

GOSTO

Gosto do jeito que fala comigo.
De como escuta minhas loucuras e apoia minhas insensatez.
Gosto de como me olha de canto e me diz que a minha inconstância é minha maior qualidade.
Gosto quando discorda de mim, quando me ensina uma coisa nova e quando questiona algo que juro ter certeza total.
Gosto de como argumentas com confiança, da tua paciência e da tua objetividade.
Aprecio o teu gosto musical, os filmes que vê e os livros que tens em tua cabeceira.
Gosto de te ver trabalhar, estudar, planejar.
Gosto de quando estás brabo, só pra ter certeza de quão tranquilo és.
Gosto da sinceridade.
Da troca entre a gente.
Das nossas brincadeiras
E principalmente, gosto de gostar...


domingo, 17 de fevereiro de 2013

FOTO

"Ele queria viver uma vida de tal forma que se de repente uma foto fosse tirada, ela seria uma fotografia legal.”

Um dia

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

TODO CARNAVAL TEM SEU FIM?


O CARNAVAL não faz sentido.

Historicamente o Carnaval são os três dias de diversão e libertinagem que antecipam os quarenta dias da Quaresma que seriam, em tese, de jejum e/ou penitência.

Ai eu pergunto pra que três dias de libertinagem total se o mundo de hoje permite isso 365 dias ao ano.

Ok, quem nunca comemorou carnaval que atire a primeira pedra. Não me excluo desse grupo de pessoas que saíram em diversos anos por ai pulando querendo ser a Colombina e nem pensando no porque disso. Só que hoje, quando parei para pensar na questão histórica de tudo, vi que simplesmente nosso mundo moderno ter uma data fixa pra Carnaval é um pouco hipócrita.

Na atualidade é Carnaval o ano inteiro e quaresma, bem, é só a quaresma...

Sei lá. Isso tudo é muito confuso. Carnaval é diretamente ligado a religiosidade, mas a maioria das pessoas que comemoram não tem uma fé definida. Não consigo ver o sentido ai.

Acho que a diversão sempre é valida. Mas o propósito se perdeu em algum lugar pelo caminho. Não saber o que se comemora não tira o valor da comemoração?

Todo o Carnaval tem seu fim ou a vida é um carnaval? São questões que me coloco enquanto ajusto as lantejoulas da máscara...

AO PAPA, MINHA ADMIRAÇÃO


Admiro o Papa Bento XVI pela atitude tomada hoje. Admiro-o como nunca admirei em todo o seu papado.

Acho louvável ter humildade o suficiente pra admitir que é necessário renunciar, tendo bem claro que existe uma grande diferença entre desistir por falta de coragem e admitir que não é mais qualificado para continuar em um cargo importante, deixando o egoísmo de lado e abrindo caminho para que uma outra pessoa, que se julgue mais capaz e vivaz, assuma o seu lugar.

A linha que separa essas duas considerações é muito tênue. E os argumentos para defender os diferentes pontos de vista podem ser em ambos os casos muito sólidos. Mas em tempos de valorização e da aceitação de cada ser humano como único. Respeito e repito:  admiro muito a atitude do Papa.

Em época de Carnaval, em que todo mundo está querendo mesmo é colocar uma máscara e assumir qualquer personalidade com a desculpa de “Carpe Diem” eterno. Tiro meu chapéu a Bento XVI que de cara limpa vem a público e diz: Não posso mais.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

ROUBARAM A MINHA COR

Roubaram a minha cor, me tiraram e eu nem percebi...

Roubaram o azul das minhas lágrimas, que teimam em não cair mais como outrora. Me acostumei a alguns fatos tristes e é complicado me ver chorar com qualquer acontecimento infeliz. Não digo que não choro. As vezes o faço, as vezes o preciso fazer. Mas são raros os momentos que gotas do que restaram brotam dos meus olhos. Não tem mais azul, nem turquesa, nem petróleo, nem marinho, acabou.

Me tiraram o rosado das bochechas. Vi gente tendo tão pouca vergonha sendo responsáveis por coisas tão sérias que o que antes me deixava encabulada hoje já não me deixa mais. Meus passos fora do trilho não chegam nem perto a tanta atrocidade que a televisão e os meios de comunicação nos mostram todos os dias. Feitos por pessoas que nem se quer sentem remorso ou alguma culpa. Me acostumo cada dia mais com a sem-vergonhice alheia e deixo de enrubescer pelo que deveria.

O vermelho de raiva se desfez, se misturou com o branco da pele e o rosado que restou foi levado junto com a vergonha que eu possuía. Raiva tornou-se um sentimento cansativo. Cíclico talvez. Toda a vez que tinha momentos de ódio por algo, por alguma situação, via que por mais razão que eu tivesse em sentir-me assim, era muito difícil conseguir ganhar a causa pela qual eu estava lutando. Terminava então, com todas as minhas energias gastas, gritando contra o vento, parada no mesmo lugar. 

Sou preta no branco, branco no preto e vice e versa.

Roubaram minha cor, mas por descuido ou para a minha felicidade, me deixaram um pouco de verde nos olhos. E a esse verde me agarro. Se não der pra recuperar as cores que me foram tiradas, invento outras. Tenho medo de passar a vida em preto em branco, porque por mais clássico e bonito que seja não é o ideal, não é o que quero.

Não podemos simplesmente achar que tudo o que acontece e nos mostram por ai de ruim é comum e banal. Temos que sempre reagir ao que nos agride, enoja, assusta. E assim tentar fazer da nossa realidade uma realidade com cor. Não deixe que roubem as tuas cores. Deixe a vida pintar seus dias com o que ela julga ser melhor.