Tenho exatamente duas semanas
úteis antes de passar dois meses na Itália. O que sinto é uma mistura de
ansiedade e saudade. Ansiedade porque a Itália é o pais dos meus sonhos, a
lingua que acho linda, é a história viva em traços arquitetônicos. Saudades
porque não é oficialmente a minha casa, meu quarto, com a minha familia, meus
amigos.
A ansiedade aumenta também porque
quanto mais se aproxima, mais assuntos inacabados vejo que tenho pra resolver. Tenho
coisas que vou empurrando com a barriga até não poder mais e que sei que tenho
que dar um basta antes de ir viajar.
Confesso que quando olhei as
passagens aéreas me deu um frio na barriga. É real. Deixou de ser um sonho. Finalmente
aquela criança que chorava nas aulas de artes porque Veneza afundaria antes de
poder conhecê-la vai poder estar na cidade que sempre sonhou.
Vou conhecer a casa de Julieta,
deixar lá cartinhas, aliás quem quiser fazer pedidos que me avise, cumpro-os
com prazer, estar cara a cara com o Davi e tirar minhas conclusões sobre sua
parte masculina e feminina, chorar sentada na Capela Sistina repetindo
exautivamente: Michelangelo é um gênio, pisar em Pompéia, ver que a força da
natureza faz com nós, meros mortais e tantas outras inúmeras coisas que ao longo da viagem prometo partilhar.
Mas antes de tudo: volto a me lembrar: tem muitas coisas aqui pra organizar. Burocracias, mala, cabeça, coração...
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