Sinto saudades do que ainda não foi
Porque projeto
o que há por vir da melhor forma.
Porque no
futuro tudo pode. Porque vejo somente acontecimentos bons, imagino a repetição
do que me faz feliz acrescida de tudo de interessante que ainda não
experimentei.
Sinto saudades
do que tem tempo pra acabar, porque não entendo o nunca mais. Quero tudo o que faz bem porque o que faz bem não enjoa, o
faz bem não cansa, não pede tempo, tem gosto de quero mais, dá água na boca.
Gosto mais de ver a vida de dentro de um abraço
Porque o
abraço me lembra que alguém vai me ajudar a me levantar se eu precisar cair.
Porque me
sinto mais forte, como se tivesse com uma estrutura nova: olha, aquela velha
alvenaria portante foi substituída por estrutura metálica, quero ver o que
abala isso agora.
Porque o
abraço emoldura a vida e faz tudo parecer mais simples. Projeta pra fora o que há
de ruim e te coloca como espectador daquilo que te amedronta. Tu te sentes mais
confiante, perdes a sensação de estar sozinho no mundo e te nutres de ânimo
para continuar.
Um abraço também
renova as energias. É a nossa bateria vital. Obriga a gente parar por um
tempinho, respirar fundo, reiniciar o sistema e tocar a vida da forma que for.
Repito: a vida
é bem mais bonita vista de dentro de um abraço, porque assim ela se faz suave,
compartilhada e acima de tudo generosa. Pois um abraço de verdade precisa de,
no mínimo, duas pessoas pra existir. Porque a meu ver, abraços são a maior
manifestação silenciosa de que alguém se importa contigo.
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