Seja óbvio.
Cansei de complicação, por favor, seja direto! Enrolar é
bonito, tem sua poética, mas deixou de me pertencer. Quero a verdade, nua e
crua, quero aprender a lidar com ela, mesmo que doa, mas que seja o que
realmente é.
Cansei desse joguinho de: sonhei com um fusca rosa quebrado
no meio da estrada e ter de ficar
quebrando a cabeça no: aaaa fusca rosa = eu, caminho = vida, quebrado = eu sem
direção e blábláblá. Chega de ficar tentando adivinhar as coisas que
naturalmente eu deveria saber.
Como pode haver duas de mim dentro de uma só? Como pode um
corpo comportar uma consciente e uma inconsciente (e porque não inconseqüente)
ao mesmo tempo? Cansei de ficar brincando de esconde-esconde comigo mesma. Será
que eu não poderia ser mais explicita, ou é tão difícil assim? Porque a gente
simplesmente não admite as coisas e ponto final. Tenho medo de certas coisas,
sim óbvio que tenho, mas inventar desculpas diminui algo?
Jogo esse xadrez mental seguidamente. Crio meus personagens,
metalizo suas ações. Estipulo becos sem saídas e me meto neles, como se fosse
divertido e me ralo, como me ralo. Encurralada na minha própria armadilha. Na
maior ironia de todas. Me escutando dizendo “ eu, literalmente, caçadora de mim”, me perdendo
tentando me encontrar. Masoquismo mental
declarado. E me surpreendo pedindo: Seja óbvia, por favor. Mas eu 2, sorri e
diz: ainda não, espera mais um pouco, tenho mais um joguinhos pra ti brincar. E
lá estou eu tentando proteger meu rei mais uma vez, dizendo que dessa vez eu
ganho e que isso vai terminar e que enfim o auto-boicote cessará. E eis que
perco o jogo mais uma vez...
Como podemos esconder tantas coisas de nós mesmos? Tai
questão que não entendo. Queria sair comigo e resolver essas DRs internas. Nem
que seja pra descobrir que meu inconsciente anda piradão e só me dá pistas sobre
coisas que não existam, me pregando peças sempre, pra que eu prove que o
consciente sabe exatamente o que quer. Será que se eu virar um tapa no meu
reflexo do espelho resolve? Ou um belo sacudão, faz diferença?
Talvez que a gente morra sem conhecer tudo que somos ou talvez
cada uma das pessoas que existam dentro de ti vão aos poucos se revelando. Como
se tivesse data e hora marcada pra entrar em cena. Um belo teatro ensaiado.
Insisto: seja óbvio. Converse consigo. Proclame a verdade. Diga
pra si mesmo o que quer e não faça drama com o pode ser, o talvez ou o tanto
faz. Vamos facilitar um pouco a vida que ela anda complexa demais pra nos
prendermos ao que facilmente poderíamos evitar.
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