quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | O TAL MICHEL TELO

Ministério das relações internacionais adverte: estrangeiros podem ter um gosto musical estranho.
Vinha eu do supermercado. Pausa dramática explicativa, pra voces entenderem. O mercado com mais opções fica fora da parte em que moramos da cidade, dessa forma, temos que caminhar uns 20 minutos para chegar lá e voltar de ônibus, devido ao número de sacolas.

Pois bem, minha saga começa na rua principal de Camerino, subindo, retornando do supermercado, com uma sacola na mão e a mochila pesadíssima nas costas pensando ansiosamente no momento de chegar no apartamento, arrumar tudo, jantar e descansar um pouco antes de sair.

Finda a caminhada, entro em casa e começo rapidamente a arrumar meus trecos no armário da cozinha, cantando com saudosismo Engenheiros do Hawaii e pensando em quão bonitas as letras deles são.
Decido lavar as frutas e colocá-las em um pote no centro de mesa. Mas o maldito pote que eu sempre uso desapareceu do apartamento. Saio em uma busca dele, sempre cantarolando Engenheiros. Atente ao fato: Engenheiros.

De repente sinto que minhas colegas de apartamento entram rapidamente na cozinha, olham pra mim e dizem que tem uma pergunta a fazer. Eu prontamente paro o que estou fazendo para dar atenção a elas e eis que elas me saem com: Ana, qual o nome daquela música brasileira que tocou ontem na festa? Super animada... Começo uma prece silenciosa de: Não Michel Telo, não Michel Telo, por favor, mas quando elas começar a gesticular sinais de abano vejo que agora já era.

Quando vi que o pensamento positivo não ia mudar os gestos que elas faziam minha dúvida foi: quem sabe eu não falo Legião Urbana, argumentando que escutei elas falarem: qual o nome da banda que tem aquela música boa brasileira ou então grito: paro a palhaçada! eu tava cantando Engenheiros pra quem hein? Pras paredes? Será que não se reconhece mais uma música boa? Nada de Michel Telo essa hora.

Não digo nada, na verdade, dígito a tal da música no celular pra elas que correm pro quarto pra ouvir. Minutos depois, enquanto janto elas retornam, dizendo que no dia anterior quando ouviram a música pensaram: precisamos baixa—lá e aprender a dançar. Seguido de um: eu amo essa música.

Não me seguro e sai um: pois eh, eu odeio. Dito em inglês, pra não causar nenhuma confusão linguística. Eu que já não era a pessoa mais querida da casa, tenho meu momento de sinceridade explosiva visto com surpresa. Mas porque não Ana? Me dizem. Tu não gosta de músicas românticas? Como responder algo depois disso? Como explicar que "Ai se eu te pego", não eh assim, um soneto ou um composição shakespeariana?

Desilusão musical total que culmina de um pedido pra explicar em italiano o que diz a letra. Juro que tentei, mas como dizer em outra língua aquilo que no teu idioma não faz sentindo algum? Disse que a música era profunda demais e que eu, infelizmente ( or not ) não poderia explicar. Voltei a cantarolar Engenheiros do Hawaii. Pensando que, ou eu sou muito estranha ou elas ganham de mim...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | MI MANCHERAI


Magari esse seja o post mais longo que eu vá a escrever. Peço paciência para quem vai lê-lo pois não tenho como resumir tudo aquilo que tenho a dizer sobre meu mês em Camerino.

Cheguei para essa experiencia de intercâmbio totalmente sozinha. Me lembro como se fosse ontem quando entrei naquele ônibus que levava do centro de Roma a pequena cidade universitária. Tantas pessoas falando inglês, uma senhora com um cachorro, alguns espanhóis e eu. Me sentei em um banco e liguei minha música, porque ainda tinhamos que passar no Fiumicino e naquele momento eu morria de saudades de casa, porque os desafios nos fazem querer correr de volta ao nosso ponto seguro.

Quando chegamos na cidade e os grupos foram separados para os apartamentos, tudo começou a mudar. Era engraçado pensar que eu teria que viver nas próximas semanas com 3 pessoas de cultura totalmente diferente da minha e que isso teria, mesmo que em teoria, que dar certo. 

O apartamento era mais do que eu esperava. Quem sabe porque aquela altura a ideia de ter uma casa fixa já era uma grande realização pra mim. Quartos amplos, banheiro limpinho e com água quente, cozinha equipada e uma sacada com uma vista magnifica para as montanhas. Nada mal, pensei eu, enquanto tentava fazer contato com as minhas mais novas conquilinas em uma mistura de italiano com inglês.

Nova cidade, novas regras. Racionamento de água, separação total do lixo, aprender a usar o tal do riscaldamento. Se dar conta que o comércio fecha das 13h30 as 16h30 e que esse é o melhor momento do dia pra descansar e que não é necessario se preocupar com a segurança na rua, porque lá não existe perigos como aqui.

Ok, primeiro reconhecimento de área feito, ora de entrar no programa de estudos-férias-cultura que a Dante Alighieri oferece. Teste de nivelamento, coquetel de boas vindas, aulas, aulas, festas, passeios, degustações, karaoke, aulas, aulas, testes, festas, bar, rua, dança e tantas coisas. Não vou repassar o cronograma aqui. Me basta dizer que era bem puxado, completo, com várias opções. Tempo livre era quase que inexistente (que bom).

Com relação as aulas, posso dizer que me diverti muito e aprendi muito também. Tinha sua parte mais pesada de estudo gramatical, mas também era um momento descontraido no qual se jogava, cantava e se discutia assuntos sérios, como politica e religião (ministrados pelo senhor Alvaro).

Os passeios eram bem de reconhecimento geral. Cansativos, mas que valiam a pena. Se tinha uma noção geral das principais cidades vizinhas, se descobria cidades novas. Mas tinha que ter disposição para acordar no sábado ou domingo super cedo e encarar as horas no onibus.

Vamos a parte principal. Desculpa a escola e a Camerino, mas o que fez mesmo a diferença, foram as pessoas. Sai de casa apaixonada pela ideia de conhecer a Itália que tanto que fascinia e voltei apaixonada por todo mundo que conheci e pelo mundo que eles me mostraram.

Até mesmo as pessoas da escola concordavam que éramos uma turma diferente. Claro que tínhamos nossos problemas entre algumas pessoas, mas no geral, todo mundo se dava bem. Pra mim foi muito dificil dizer arrivederci pra diversas pessoas, querias elas aqui comigo ou próximas a mim, para poder ligar no fim da noite e dizer: vienite, andiamo al bar!Tengo alcune cose a racontarvi! Mas né, não dá. Agora pensando vejo que nesses 30 dias, por mais que passássemos todo o tempo insieme não faltava assunto, não faltava musica, não faltava risadas. E vai ser complicado viver com os momentos de silêncio da vida real.

Tenho muito a agradecer a diversas pessoas que me suportaram nesse tempo, porque né não é fácil. Mas entre tantos queridos, existem seis pessoas que antes mesmo do momento de dizer ciao eu já sentia uma falta absurda e queria estar com elas agora. A elas me dirijo diretamente.

BÁRBARA: Meus almoços nunca mais serão o mesmos depois de ter tido a tua companhia. Adoro teu jeito "sem vergonha" de dizer as coisas, de não deixar pra depois aquilo que tem que ser dito na hora, de observar as coisas, de contar as historias encenando. Eu me achava teatral, mas descobri que não sou nada perto da tua cia. Vou sentir falta de dançarmos juntas, vodka, gelo, limao e coca, entre outras coisas, da briga pelos acentos principais do ônibus, da ida ao mercado juntas, de cantarmos direito ou errado, mas felizes. Não preciso dizer o quanto adorei te conhecer, espero ter demonstrado nesse meio tempo e te espero aqui no Sul, juro que temos porções boas de batatas-fritas aqui e se não tivermos eu faço fazerem pra ti, com um belo churrasco óbvio.

CAROL: Quem disse que engenheiros e arquitetos não se dão bem hein? Alias, qual o bar central que eu posso sempre te achar agora? Falando no telefone, com o maridão. Aposto que tu já parou de ler o texto umas duas vezes no meio para fazer uma ligação. A mineira repleta de samba no pé, que topa qualquer indiada, mesmo que seja sair numa quarta no meio da tarde a caminhar sem rumo por Camerino em busca do mercado que a Ana juraaa que é perto. Espero te ver sempre que tu vieres pro Sul, já que és a mais viajadora de nós e se as cias aereas contribuirem espero logo te encontrar ai. E traz tua mãe junto, porque embebedar ela é muito divertido e temos uns bons bares por aqui.

LU: Estávamos já destinadas a nos conhecer. Tá, a frase ficou meio romântica demais mas tu entendeu. Não acredito em acasos, porque a vida é mais bonita assim. A pessoa que mais me entendia. Digo isso porque esse nosso vocabulário bairrista é complicado e é bom saber que quando eu falava: "ai, uma bergamota e uma lagarteada agora me fariam tão feliz", tu saberia o que significava.  Temos é que tomar muitos chimas por aqui, todos os que não tomamos nesse mês, ir nos jogos, sair pra dançar, jantar, enfim, ainda temos muita coisa da Itália para conversar. Aliás, a gente vê que a pessoa é gente boa quando descobre o time do coração né? Temos a possibilidade de manter aqui a amizade que nasceu na Itália e espero que levemos isso  adiante e que logo estejamos indo pra Recife ver o pessoal ou pra Europa mochilar. Me avisa quando chegar, que quero te ver!

ALVARO: Diferente do que eu sempre brincava contigo hoje te digo: Tu vale muito guri! Não te esquece disso. Minha saudade de ti tem "sapore de male, sapore de sale", como tem a nostalgia. Que bom que além de ter tido a oportunidade de ser tua amiga, fui tua colega, porque a gente sabia se divertir naquela sala. Te digo agora as observações que fiz sobre ti na Roca, porque pra mim continuam sendo verdades: acho que tu é um guri pra casar, bem né, assim que passar essa fase, se é que tu me entende. Aposto que tu fará uma guria muito feliz um dia e terá uma família muito bonita, cheia de pequenos Alvarinhos! Na verdade espero que tu tenha filhas porque seria uma das melhores ironias da vida. Vou sentir falta das nossas horas nas livrarias, das discussões politicas e religiosas, dos momentos de estudo, de culinária, tá e até de ficar te esperando no frio parada em frente a tua casa. Muita saudades de ti, seu Dom Juan de Camerino. E vamos agilizar aquela viagem pra Montevideu, assim que as finanças permitirem.

JU: Piccolina. Parece super quietinha a primeira impressão, só que não. Baita companhia pra compras, festas, bares, almoço e aposto que até pra jogar pedrinha no lago. Nosso último dia em Roma foi muito divertido, agradeço ao Noé que te acordou e fez com que não perdesse o ônibus, porque meu sábado não teria a mesma graça sem a tua presença, mesmo que, com um pouco de sono. Recife fica quão longe mesmo? Vai rolar aquela comemoração de aniver no Asterix? Posso ir me atirar no teu sofá por ai?
Quem bom que essa viagem não prevista na tua vida aconteceu, quem sabe ela era mesmo pra acontecer. Mi manchi e espero que logo possamos fofocar juntas, em um lugar qualquer, mas pessoalmente. Agradeço ao braços abertos toda a vez que me vi "sem casa" em Camerino e sei que tu entende o que quero dizer com isso, e tu e a Bárbara me ofereceram a casa de vocês. Não sei como a gente começou a se falar em Camerino, mas fico feliz que isso tenha acontecido. Aliás, quer me levar na mala na próxima viagem, eu até sei falar alguma coisa de italiano :P

LUCAS:  Literalmente dizendo: meu ombro amigo! Cadeira cativa das viagens, parceria oficial gastronômica de Camerino. Meu amigo rico e exibido, que cada dia está em um lugar diferente. Uiii, ela tá com saudades do Lucas. Fiquei triste que tudo deu errado aquele dia em Napoli, queria poder ter me despedido de ti, mas quem sabe a gente não vai se ver logo e por isso não era pra gente dizer ciao. Mesmo tu tendo se bandeado pro lado negro da força, quero que saibas que amei ter te conhecido. "She will be loved" nunca mais será a mesma. Te espero no sul pra te levar pra salsear por ai e óbvio pra gente ir em uma balada dance e se acabar dançando até amanhecer. Farei o possivel pra ir pra Recife no Carnaval ou no meio do ano. Até lá espero que teu gosto musical tenha melhorado (brincadeira tá) e quero muitas chamadas por skype, com fofoquinhas ou sem, com choros ou sem, tendo ou não o que dizer, pra gente nunca perder o contato e virar "somebody that we used to know" pro outro. E parliamo italiano non inglese, perchè non siamo a Camerino, ma Camerino è tra di noi!

Não gosto de pensar que vocês estão longe. Que Camerino está a dois dias de distância. Gosto de pensar que em um futuro próximo a gente vai estar juntos novamente, mais maduros, com novas histórias pra contar, novas pastas e vinhos pra provar, dividindo a conta em um lugar qualquer. Obrigada por tudo desses 30 dias, pois o que fez a diferença certamente foi termos passado esse tempo juntos!

Sinto muita saudades, mas agradeço todos os dias por tudo que aconteceu!
Svegliatevi pra vida!

PLIM-PLOM

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | ÚLTIMA SEMANA?

A uma semana de casa. Adoro medir a distância em tempo. E sabe, azar que essa uma semana compreende 4 dias de aula, uma apresentação de karaokê, um teste de italiano, 3 dias em outra cidade e atravessar o oceano de avião. Pouco me importa. Uma semana, uma semana.

Dito assim parece que quero logo ir embora. Mas não. Vai ser triste deixar Camerino e a Itália. Na verdade gostaria muito que algumas pessoas viessem pra cá passar um tempo comigo. E ai poderia ficar aqui mais uns dois meses sem problema e conhecer mais a Itália.

Penso nessa semana e não consigo entender como ela chegou tão rápido. Mas não foi ontem que estávamos no coquetel de boas vindas? Como que agora vamos já pro karaokê de despedida?

A gente se acostuma a rotina daqui. As pessoas que convivem conosco e eh tão estranho pensar que daqui um mês minha colega de quarto vai estar em sua casa em Tokyo e eu em Porto Alegre. Camerino faz o mundo parecer tão pequeno. Uma cidade minúscula, que comporta todas as culturas ao mesmo tempo.

Mas né, já diria o poeta: todo carnaval tem seu fim. E nosso último bloco se prepara para entrar na avenida. Espero que termine com gostinho de quero mais.

ANA NA BOTA | REBATIZARAM A BOLONHESA

Porque a massa bolonhesa não se chama bolonhesa na Bologna?

Quem foi que deu esse nome: pasta al ragu, hein?

Aposto que foi algo do tipo: temos que dar um nome que não privilegie uma parte dá Itália. E assim confundimos a cabeça dos turistas também, afinal fazemos um favor pra eles, porque não se divertir em cima disso?

Mas assim, se eh pra sacanear, sacaneia de vez. Bora mudar o nome do presunto de Parma e das outras comidas com nome do lugar. Se eh pra ser igual que sejamos em tudo.

A verdade eh que a Bolonhesa, vulga Ragu eh uma das melhores massas na Itália e quando tu vieres pra cá, não precisa se desesperar pra ir até Bologna para apreciá-la. Claro que tem todo o charme do momento em Bologna. Mas certamente terá um bom prato Al Ragu em uma típica trattoria da cidade italiana em que você estiver.

Mas assim, Bologna vale a pena só por ser Bologna. Pelo comércio, pela universidade, pelas torres, pela muvuca.

Recomendaria ir pra conhecer o lugar e se divertir uns dias por lá. E caso queria comer a massa mais famosa no local, vá sem medo na Pasta Al Ragu, porque Bolonhesa não consta no cardápio.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | ROMA

Gosto de poder andar tarde da noite pelas ruas da cidade e me sentir à vontade. Acho que quando retornar para a casa serà umas das coisas que mais estranharei, nao poder sair assim sem rumo e sem preocupaçoes no meio da noite, seja para um bar na esquina ou pra o terminal de onibus para pegar um meio de transporte pra uma outra cidade (o que nao vai me dar nenhum sentimento de nostalgia é me recordar desse teclado, que né, me fazem falta os acentos corretos).

Mas nao comecei esse post para falar disso. Comecei porque faz dias que precisava escrever sobre a experiencia do final de semana em Roma e nao encontrava tempo. 

Na verdade eu nao queria ir para Roma com a escola. Explico, para nao ser crucificada. A previsao indicava chuva (sim do meu aplicativo), eu estava gripada, ja tinha ido para Roma antes de vir pra cà e retorno pra cidade eterna ao fim do curso (façam um esforço mental para ver a acentuaçao correta das palavras). As viagens da escola costumam ser cansativas, porque se sai muito cedo e se retorna tarde. Sao horas no onibus. Enfim, isso tudo pairava em minha mente enquanto pensava: Mas é Roma né, nao se pode dizer nao a Roma.

Decidi nao dizer nao a Roma e nem aos meus mais novos amigos. Parte porque achei preciosismo de minha parte e parte porque gosto da companhia e tinha certeza que independente do que acontecesse nos divertiriamos. Resultado: Ana de pé, prontinha as 6h da manha. Com o travesseiro embaixo do braço, òbvio.

Quando chegamos na cidade, nas cidades melhor dizendo, Vaticano e Roma um passo um do outro. Pequenos raios solares pintavam o céu (nel blu dipinto di blu), nos dando uma pequena ponta de esperança. Mas felicidade de brasileiro dura pouco, porque logo o sol cedeu à chuva.

Decidimos que independente disso seguiriamos na fila (coda, line) até conseguirmos entrar na Basilica de Sao Pedro. Grande idéia do dia. Quando entramos estava sendo celebrada uma missa. Com o PAPA. Ta, esse papa ai nao me piace molto, mas é o Papa, é Pop e ve-lo foi emocionante. Estar na Basilica de Sao Pedro é uma emoçao sem igual. 

Depois recebemos a bençao papal na piazza de Sao Pedro. Algo que eu jà havia desistido de presenciar na vida vindo até mim por acaso. Admito que bateu uma invejinha quando o PAPA começou a chamar umas pessoas mais diretamente, tipo dava vontade de dizer: olha nos aqui, fala em portugues também, per favore! Mas né, ja era demais pra um dia so. O que havia acontecido bastava, por enquanto...

Passamos o resto do dia andando pelos principais pontos de Roma. Tomamos banho de chuva na fontana de Trevi. Cantando pelas ruas da cidade. Bem, se eu for escrever cada sensaçao a cada passo dado por Roma, faria um livro. E acho que a diferença da Cidade Eterna com os outros locais do mundo é que nao se pode explicar em palavras quao emocionante e visitar os locais turisticos ou simplesmente parar em uma pequena viela e ficar imaginando o quanto de historia ali jà aconteceu.

Chegamos em casa todos molhados, pensando na indiada que tinhamos feito. Mas na verdade eu so tinha que agradecer a eles que me convençaram a ir, certamente sempre quando me lembrar desses 50 dias na Italia, esse dia em Roma me virà a mente.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

ANA NA BOTA | RENDERIZE

Se eu tivesse que descrever pra alguém renderizar como vejo Camerino começaria pela vista da janela da nossa "stanza".

Tipo assim: Imagine uma terra verde, montanhosa, divida em áreas de plantações, que lembra um quadro cubista em sua organização geométrica desorganizada. Ao longe imagine  montanhas bem altas, com neve no topo, como se o branco presente nelas fosse responsável pela transição entre céu e terra. Acrescente a visão algumas residências, dispostas equilibradamente. Um céu azul  com algumas nuvens e o sol ao fundo brincando de esconde esconde. Algumas vezes iluminando aqui outras acolá, fazendo do paisagem um quatro interativo. Emoldure tudo isso em uma varanda de tijolos, pra dar um ar mais pitoresco a renderizaçao. E pense na cara que as 4 mais novas moradoras locais fazem todo o dia ao se levantarem e se depararem com essa cena.

Agora imagine isso visto der diversos ângulos diferentes da cidade. Difícil? E que tal a seguinte situação: sair para dar uma volta tarde da noite na cidade, voltar sozinha por um viela escura, com luzes amarelas, sem carros por perto, com chuva e um assovio do vento ao fundo (como eu amo ser dramática) e tu não sentir medo nenhum.

Uma faculdade em um castelo no centro da cidade, que possui uma biblioteca com livros antiguissimos em um local que qualquer, e eu disse QUALQUER, pessoa pode ter acesso sem portas fechadas ou fiscalização. Em frente ao Duomo e uma praça central, como a formação básica de qualquer cidade interiorana.

Um estilo de vida um tanto quanto diferente do nosso habitual. Calmo, poucos carros, sem ônibus no meio da cidade, água racionada, separação plena do lixo, muitos universitários mesclados com umas população mais idosa. Uma série de cafés agradáveis e tentadores.

Conseguiu renderizar?

ANA NA BOTA | O QUE MAIS FAZ FALTA

10_ Poder se fazer ser entendida sempre em uma língua só;

9_ Trabalhar, sim ando com saudades do AutoCAD e considero isso bom;

8_ O sofá da tua casa, mesmo que ele tenha umas madeireiras que incomodam;

7_ TEU travesseiro;

6_ TEU armário, pra ti saber melhor onde as coisas se encontram;

5_ Redenção, final de tarde falando bobagens;

4_ Torcer, ir ao jogo, se enrolar na bandeira, gritar, perder a paciência com o time, comemorar um gol;

3_ Chimarrão, nesse frio ainda mais: faz MUITAAAA falta;

2_ Feijão e verduras, comida de mãe sabe;

1_ Família, amigos e gatos.