domingo, 25 de dezembro de 2011

DOMINGOS

Nunca gostei muito dos domingos. Não sei dizer exatamente porque, mas simplesmente não gosto. Óbvio que já criei várias teorias a respeito, mas nenhuma delas me convenceu totalmente. Sei, a verdade absoluta não existe. Então trabalhemos com a idéia de que cada uma das minhas teorias tem um pouco de verdade e que se eu juntá-las terei um conjunto de fatores que me levam a achar o domingo o dia mais chato da semana.
Como sou da geração MTV, apaixonada por televisão, acredito que o fato de não ter nenhuma programação interessante na tv aberta facilite o clima melancolico do primeiro dia semanal. Se bem que, desde pequena aprendi que domingo é o dia da familia. Era o único dia da semana em que meu pai não trabalhava à noite, o único dia em que podíamos nos reunir.  Assim sendo podemos dizer que a programação ruim da TV seja uma tentativa de juntar as familias, que são obrigadas a pensarem em atividades divertidas para não morrerem de tédio enfurnadas em casa. Mas mesmo assim, domingo sempre foi um dia com um aspecto singular.
Quando fiquei mais velha e comecei a dançar fugia da rotina de domingo me mandando pra salsa. Passava boa parte da noite na festa e  chegava em casa acabada, conseguindo então dormir. Sim, eu tinha insônia de domingo, detalhe: só aos domingos. Ai entra mais uma das minhas teorias que mescla minha personalidade ansiosa com o estigma da segunda-feira. Acho que em parte não gostava do domingo porque depois dele vinha a segunda. Estranho né? Em parte, mas se pensarmos que a segunda tras consigo a retomada da rotina, o fim do descanso, a volta das responsabilidades, enfim, mil coisas para nos preocuparmos, essa teoria pode até fazer sentido.
Hoje vejo que as vezes fiz dos domingos minhas segundas, antecipando coisas que ainda iam acontecer. Se a TV não oferece nada de bom, não tenho mais o dia do pai em casa e nem consiga mais fugir muito pras danças, porque não dar ao domingo uma nova utilidade, da qual eu realmente goste? Afinal, o domingo é o dia com o qual posso fazer o que eu quiser, nem que seja o dia oficial do não fazer nada.
Como diz um provérbio italiano do qual gosto muito Tra dire e fare c`é di mezzo il mare (entre dizer e fazer tem no meio um mar)! E é assim mesmo, não é de uma hora pra outra que meu domingo se tornará o dia favorito, talvez minha ambição nem chegue a tanto, mais aos pouquinhos, como quem não quer nada vou melhorando ele, fazendo  ser mais leve, mais alegre, mais especial. Por enquanto ainda acho ele um dos piores dias existentes.

Começo essa tarefa, repetindo como se fosse um mantra a frase:  deixe pra segunda-feira o que é da segunda-feira. E quem sabe assim, decobrirei que eu mesma fiz do domingo o que ele atualmente é.

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