segunda-feira, 26 de março de 2012

O MUNDO NÃO VAI DESABAR POR ISSO

O instante decisivo de tua vida chega quando percebes que podes fazer dela tudo o que quiseres. É quando descobres, de repente, que podes te tornar uma médica famosa ou uma advogada eminente; uma engenheira respeitada ou uma arquiteta audaciosa; uma professora admirada ou uma economista acatada.

Todos os caminhos se abrem diante de ti. É tua a embriagadora liberdade da escolha. Podes ser também uma poeta, uma pintora, uma seresteira, uma romancista, uma pianista, uma viajora.

É então que entra em cena, sem ser convidada, essa palavra que atende por destino. Por circunstâncias variadas, a médica, a advogada, a engenheira, a arquiteta, a professora jamais conquistam seus títulos e seus canudos. Já a poeta, a pintora, a seresteira, a romancista, a pianista, a viajora, ofícios para os quais não se requer diploma, naufragam em profissões dispersas e indesejadas.

Por que te falo tudo isso?

Talvez por haveres me contado que estás indecisa entre manhãs, tardes e noites às voltas com livros e cursinhos e o teste de múltipla escolha de tuas inclinações mais íntimas.

Pois tu, neste momento, és a senhora de teus caminhos. O que decidires agora condicionará de algum modo tua jornada sobre a Terra.

Mas preferência não é renúncia.

Conheço pelo menos um médico que é excelente poeta; um engenheiro que é aplicado pintor; um economista que é imbatível no violão.

Pois a vida não é exclusão; é soma.

Vamos supor que elejas a arquitetura e, em meio a um projeto, te surpreendas sonhando com um concerto.

Vamos dizer que optes pelo giz e pelo quadro-negro e, em meio a um teorema, te pegues devaneando com um soneto.

Vamos fingir que te fixes num tribunal e, em meio a uma sentença, embarques numa viagem.

O mundo não vai desabar por isso.

O mundo só vai desabar se não seguires o que manda o teu coração.

Liberato vieira da Cunha

Dedicado a Deise Padilha, que sempre me diz isso!

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